Controvérsias

VERSO PARA MEMORIZAR:
"E Jesus acrescentou: - O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim, o filho do Homem é senhor também do sábado’’ (Marcos 2:27, 28).

Leituras da semana:
Marcos 2:1-3:6; Miquéias 6:6-8; 1Samuel 21:1-6; Marcos 3:20-35; Lucas 12:53; 14:26.
Os textos de Marcos 2:1 a 28 e 3:1 a 6 contam cinco histórias que mostram como Jesus ensinava de um jeito diferente dos líderes religiosos da época. Essas histórias têm um padrão onde cada uma delas se liga a outra usando um tema em comum. Cada história começa uma e termina voltando à primeira.

Cada história mostra diferentes aspectos de quem Jesus é, conforme explicado nas histórias de Marcos 2:10, 17, 20, 28. As ações de Jesus mostram como Ele era, e isso ajuda a entender mais sobre Ele e suas mensagens.

Marcos 3:20 a 35 é um exemplo de estudo de quarta a quinta. O que estudamos também é um texto em uma técnica usada por Marcos, conhecida como "histórias em formato de sanduíche". Essa técnica narrativa acontece quando textos vêm um antes e depois de outro, todos conectados, mostrando a importância de Jesus como Messias na nossa história espiritual.

Dentro desta semana, vamos ver mais sobre Jesus e descobrir o que podemos aprender com eles.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado,20 de Julho.

Informativo Mundial da Missão

‘’Exceto por Jejum e Oração”

Por Andrew McChesney

Payel, de quatorze anos, mudou depois que um amigo de 14 anos se comprometeu

suicídio. Depois de sair, ela sentou-se em silêncio no canto. Então ela começou a gritar, tremer e tremer sem motivo aparente. Aterrorizada, ela confidenciou que estava sendo visitada por alguém que se parecia com seu amigo morto.

“Venha comigo”, disse a aparição a ela. "Eu quero levar você comigo."

Duas vezes Payel tentou pular de uma varanda, mas seus pais a impediram.

Desesperados, os pais ligaram para Rustam pedindo ajuda. Rustam foi um pioneiro da Missão Global que plantou uma igreja em uma área anteriormente não visitada de sua cidade asiática. Ninguém na família de Payel era cristão, exceto uma tia, e ela contou aos pais sobre Rustam. Rustam explicou que Payel não estava vendo seu amigo morto, mas um espírito maligno.

“Precisamos orar a Jesus”, disse ele.

Rustam levou quatro membros da igreja à casa de Payel para orar. Mas Payel

não ficaria parado. Ela gritou, jogou as mãos para cima e para baixo e bateu os pés. Os visitantes cantavam hinos, mas cada vez que mencionavam o nome de Jesus, ela gritava: “Pare! Eu não consigo respirar! Alguém está me sufocando!”

Rustam entendeu que Payel estava possuído. Ele abriu uma Bíblia e leu sobre Jesus expulsando demônios. Ele orou. Então Payel ficou calmo. Ela sentou-se, conversou e bebeu água. Rustam esperava que o espírito tivesse ido embora.

Mas mais tarde naquela noite, a tia ligou para ele em casa. “Payel começou

gritando e diz que vê a amiga novamente”, disse ela.

Rustam ficou intrigado. O que deu errado? Então ele se lembrou da história bíblica em que os discípulos de Jesus não conseguiram expulsar um espírito.

Quando perguntaram por quê, Jesus respondeu: “Esta casta não sai senão com oração e jejum” (Mateus 17:21). Rustam chamou vários pioneiros da Missão Global, e eles jejuaram e oraram durante dois dias. Depois voltou para a casa de Payel com um grupo que incluía um pastor Adventista do Sétimo Dia.

Quando Payel viu os visitantes, ela tentou fugir. Foram necessárias quatro pessoas para segurá-la. Mas eles não conseguiram mantê-la quieta. Ela gritou enquanto os visitantes cantavam hinos por 30 minutos. Então ela caiu na inconsciência enquanto o pastor pregava sobre o poder de Jesus na Bíblia. Rustam borrifou água no rosto dela até ela acordar. Alguém lhe deu água para beber.

Desde aquela visita, Rustam voltou a adorar e orar com Payel e sua família a cada duas semanas. Payel não viu a aparição novamente. Ela voltou ao seu antigo eu.

“Não estávamos prontos na primeira vez que a visitamos”, disse Rustam. “Só estávamos prontos na segunda vez porque Jesus ensina: ‘Esta espécie não sai exceto pela oração e pelo jejum’”.

Curando um paralítico

Leia Marcos 2:1-12. O que o paralítico estava procurando quando foi levado a Jesus e o que ele recebeu?

O homem não conseguia andar; portanto, seus quatro amigos tiveram que carregá-lo até Jesus. Depois que abriram o telhado e ajudaram o homem a descer até Jesus, o Mestre viu a fé deles. Como alguém pode ver a fé? Assim como o amor, a fé se torna visível por meio das ações, como ilustra claramente a persistência dos amigos.

A necessidade física do homem era a mais evidente. No entanto, as prioridades para Jesus eram claras e sempre eram referentes ao perdão dos pecados. O homem não disse uma palavra sequer durante toda a cena. Em vez disso, os líderes religiosos se opuseram (mentalmente) ao que Jesus tinha acabado de dizer. Eles consideraram Suas palavras como blasfemas, ofensivas a Deus, por supostamente assumirem prerrogativas que pertencem somente a Ele.

Jesus enfrentou seus oponentes no próprio terreno deles, usando um estilo de argumentação que era constante dos rabinos, conhecido como de menor para maior. Uma coisa é dizer que os pecados de uma pessoa são perdoados; outra coisa é realmente fazer um paralítico andar. Se Jesus era capaz de fazer aquele homem andar pelo poder de Deus, então Sua reivindicação de perdoar pecados estava confirmada.

Leia Miqueias 6:6-8. Como esse texto explica o que estava acontecendo entre Jesus e os líderes?

Aqueles líderes tinham perdido de vista o que realmente importa: justiça, misericórdia e humildade. Estavam tão obcecados em defender a justiça, que tinham de Deus, que ficaram cegos para a obra de Cristo que ocorria diante deles. Aqueles homens não mudaram sua percepção sobre Jesus, embora Ele tivesse dado evidências de que veio de Deus: Jesus mostrou que era capaz de ler a mente deles (o que já não era pouca coisa) e curou o paralítico na presença deles de forma que não podiam negar.

Como evitar a armadilha em que aqueles homens caíram: ficar obcecados com as formas religiosas e perder de vista o que realmente importa? (ver Tiago 1:27).

O chamado de Levi e a questão do jejum

Leia Marcos 2:13-22. Quem era Levi, filho de Alfeu, e por que alguém se oporia ao seu chamado para ser discípulo de Jesus?

Na época de Jesus, os cobradores de impostos eram funcionários públicos que trabalhavam para o governo local ou para Roma. Eles eram impopulares entre os judeus que moravam na Judeia porque cobravam mais do que o necessário e enriqueciam às custas de seus compatriotas. Um comentário judaico a respeito de leis religiosas diz: "Se os cobradores de impostos entrarem em uma casa, tudo o que está dentro dela se tornará impuro" (Mishná, tratado Tohorot).

Portanto, não é de surpreender que os escribas tenham questionado com desaprovação: "Por que Ele come e bebe com os publicanos e pecadores?" (Marcos 2:16).

Como Jesus respondeu à pergunta deles? Ele não a ignorou. Em vez disso, Jesus a inverteu, indicando que quem precisa de médico são os doentes, e não as pessoas saudáveis. Com isso, Ele reivindicou o título de médico espiritual, Aquele que cura a alma doente pelo pecado. Um médico não deveria, afinal, ir ao encontro dos doentes?

Marcos 2:18-22 introduz um novo tema. E a história central dessas cinco histórias que tratam de controvérsias. Enquanto a seção anterior incluía um banquete oferecido por Levi, a história seguinte gira em torno da questão do jejum. Algumas pessoas perguntaram por que os discípulos de Jesus não jejuavam, quando os discípulos de João Batista e os fariseus o faziam. Jesus respondeu com uma ilustração ou parábola na qual comparou Sua presença a uma festa de casamento. Um casamento seria estranho se os convidados jejuassem. Jesus, no entanto, predisse um dia em que o noivo seria tirado – uma referência a cruz. Então haveria bastante tempo para jejuar.

Jesus usou ilustrações que contrastam Seu ensino com os líderes religiosos – pano novo em roupa velha e vinho novo em odres (recipientes de couro) velhos. Que modo interessante de contrastar o ensino de Cristo com o dos líderes! Os métodos daqueles mestres haviam se tornado bastante ultrapassados e a verdadeira religião pode ser transformada em trevas se as pessoas não ficarem atentas.

Quem são os "publicanos" de hoje? Como podemos mudar nossa visão sobre eles?

Senhor do sábado

Em Marcos 2:23 e 24, os fariseus acusaram os discípulos de transgredir o Sábado. De acordo com a tradição judaica, 39 formas de trabalho eram proibidas no Sábado, o que, na mente dos fariseus, incluía o que os discípulos tinham feito.

Leia Marcos 2:23-28. Como Jesus contestou a acusação feita pelos fariseus?

Jesus respondeu com o relato em que Davi comeu os pães sagrados (1Sm 21:1-6). Os pães da proposição eram retirados no dia de Sábado; então, a jornada de Davi pode muito bem ter sido uma fuga de emergência ocorrida nesse dia. Jesus argumentou que se Davi e seus homens estavam justificados em alimentar desses pães, então os Seus discípulos estavam justificados em colher espigas e se alimentar delas.

Leia Marcos 3:1-6. Como essa história ilustra o ensino de Jesus de que o Sábado foi feito para a humanidade?

Novamente Jesus entrou em controvérsia com os líderes por causa do Sábado (no entanto, a controvérsia nunca foi sobre o dia em si). Os líderes queriam acusar Jesus caso Ele curasse no Sábado. Jesus então estabelecerem um contraste entre fazer o bem e fazer o mal, salvar a vida e deixar morrer. A resposta à Sua pergunta era evidente: fazer o bem e salvar a vida são atividades apropriadas para o Sábado.

Jesus então curou o homem, o que irritou seus oponentes, que imediatamente começaram a planejar Sua morte. A ironia da história é que aqueles que procuravam acusar Jesus de violar o Sábado estavam violando esse mandamento ao tramar a Sua morte naquele mesmo dia.

Que princípios sobre a observância do Sábado vemos nesses relatos? Eles nos ajudam a lidar com os desafios enfrentados hoje para guardar esse mandamento?

História em formato de sanduíche – parte 1

Leia Marcos 3:20-35. Que ligações você vê entre as duas histórias relatadas?

Essa passagem contém a primeira "história em formato de sanduíche" encontrada em Marcos. Nessa técnica narrativa, uma história começa e então é interrompida por outra história, sendo que a primeira é completada somente depois.

A história externa – que fica na parte externa do "sanduíche" – fala sobre os parentes de Jesus, que se preparavam para levá-Lo à força, porque achavam que Ele estava fora de Si (Marcos 3:21). A história interna – que fica na parte interna do “sanduíche” – menciona os escribas acusando Jesus de estar em compló com o diabo. O estudo de hoje se concentra na história interior, encontrada em Marcos 3:22-30.

De acordo com Marcos 3:22, os escribas disseram que o poder de cura de Jesus vinha do diabo. Eles responderam impondo uma pergunta abrangente: “Como pode Satanás expulsar Satanás?” (Marcos 3:23). Não faz sentido que Satanás trabalhe contra si mesmo. Jesus passou a falar sobre divisão dentro de um reino, de uma casa, e na atuação do próprio Satanás, mostrando que isso destruiria o sucesso deles. Mas então o Senhor “virou a mesa” e falou sobre amarrar um homem forte para levar os seus bens. Nesse último exemplo, Jesus é apresentado como o ladrão que entra na casa de Satanás, amarrando o príncipe das trevas para libertar seus cativos.

Leia Marcos 3:28-30. Qual é o pecado imperdoável, e o que isso significa?

O pecado imperdoável é o pecado contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir ao diabo a obra do Espírito Santo. A razão pela qual Jesus fez sua declaração (Marcos 3:28-30) é que os escribas disseram que Ele tinha um espírito imundo, quando na realidade Ele tinha o Espírito Santo. Se atribuirmos ao diabo a obra divina, não conseguiremos ouvir o Espírito Santo, porque ninguém deseja seguir o diabo.

Por que o pecado que tenha cometido o "pecado imperdoável" revela que você não compreendeu ou se recusou a entender a verdade que você não chegou a esse ponto?

História em formato de sanduíche – parte 2

Leia Marcos 3:20,21. Que experiência levou a família de Jesus a considerá-Lo como fora de Si?

Uma acusação de instabilidade mental é geralmente feita quando alguém se torna uma ameaça à sua própria segurança. A família de Jesus tinha essa opinião porque Ele estava tão ocupado que não parava para se alimentar. Tentaram levá-Lo à força. Nesse ponto se encaixa a história que fica na parte externa do “sanduíche”, que tinha sido interrompida pelo relato em que os escribas insultaram a Jesus.

Há um estranho paralelo entre os relatos da história em formato de sanduíche. A família de Jesus parecia ter uma visão semelhante à dos escribas: que Ele estava aliado ao diabo.

Leia Marcos 3:31-35. Oque a família de Jesus queria? Qual foi a resposta Dele?

Essa cena parece estranha. Se sua mãe e outros familiares viessem vê-lo, você não os receberia? O problema é que, naquele momento, a família de Jesus não estava em harmonia com a vontade de Deus. Jesus recusou lidar e redefiniu o conceito de família: aquele que faz a vontade de Deus é seu irmão, irmã e mãe. Ele o Filho de Deus, que aquele que se alinha com a vontade de Deus torna-se Sua família.

Nas duas partes dessa história em formato de sanduíche contêm uma profunda ironia. Na história interna, Jesus diz que uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir. À primeira vista, parece que na história externa a casa de Jesus, Sua família, está dividida! Mas Jesus resolve essa vontade de redefinir o conceito de família afirmativamente que os que fazem a vontade de Deus junto com Ele são Sua família (Lucas 12:53; 14:26).

Muitas vezes, ao longo da história, os cristãos se viram isolados de seus próprios parentes. Fuma experiência bastante difícil. Esse texto de Marcos revela que Jesus passou pelo mesmo problema. Ele compreende essa situação e pode confortar aqueles que sentem esse isolamento doloroso.

Estudo Adicional

Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 209-216 (“De cobrador a seguidor”), e p. 217-223 (“Cristo e o quarto mandamento”).

“Os escribas não ousaram responder a Jesus na presença da multidão, por temor de se envolverem em dificuldades. Sabiam que Ele ofereceria a verdade. Em vez de violar suas tradições, deixariam um homem sofrer, ao passo que socorreriam um animal por causa do prejuízo para o proprietário, caso fosse negligenciado. Assim, maior era o cuidado que manifestavam por um animal do que por uma pessoa, criada à imagem divina. Isso ilustra a atuação de todas as religiões falsas. Criam no ser humano o desejo de exaltar acima de Deus, mas o resultado é degradá-lo abaixo dos seres irracionais.

Toda religião que combate a soberania de Deus tira do ser humano a glória que lhe pertencia na criação e lhe é restituída em Cristo. Toda religião falsa ensina seus adeptos a serem desconfiados para com as necessidades, sofisticados direitos humanos. O evangelho dá alto valor à humanidade, como enquanto a santigue de Cristo, e ensina um amável interesse pelas necessidades e aflições humanas. O Senhor diz: 'Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro (...) [e] do que o ouro fino de Ofir'” (Is 13:12; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 221, 222).

Questões para discussão:

 O que pode nos ajudar a ver o sofrimento de pessoas como o paralítico (Marcos 2:1-12)?

 O ódio e as tradições cegaram os líderes de tal maneira que nem mesmo os milagres de Jesus abriram a mente deles. Algo semelhante pode acontecer conosco?

 A igreja pode ser uma “família” para pessoas rejeitadas por familiares biológicos?

 O que significa o pecado imperdoável? Como saber que não o cometemos?