Depois que Moisés fugiu para Midiã, ele teve uma vida relativamente fácil. Casou-se, teve dois filhos, Gérson e Eliézer (Êxodo 18:3, 4), e fez parte da família extensa de Jetro, seu sogro e sacerdote em Midiã. Ele passou 40 anos tranquilos como pastor, como Davi (2 Samuel 7:8), desfrutando da presença de Deus, especialmente como revelada na natureza.
No entanto, esse tempo não foi simplesmente para Moisés “cheirar as flores” (ou talvez, neste caso, os cactos do deserto?). Esses anos de caminhada com o Senhor o transformaram e o prepararam para um papel de liderança. Deus também usou Moisés nesse deserto silencioso para escrever, sob inspiração divina, dois dos livros bíblicos mais antigos: Jó e Gênesis (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 209; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia [CPB, 2016], v. 3, p. 1140).
Moisés também recebeu de Deus insights cruciais sobre o grande conflito, a Criação, a Queda, o Dilúvio, os patriarcas e, mais importante, o plano da salvação. Assim, Moisés foi instrumental em transmitir a toda a humanidade o verdadeiro conhecimento do Deus vivo, nosso Criador e Sustentador, e o conhecimento sobre o que Deus está fazendo diante do pecado que causou estragos neste planeta. A história bíblica e da salvação fazem pouco sentido sem a base crucial que, sob inspiração, Moisés nos deu, especialmente no livro de Gênesis.
Leia Êxodo 3:1-6. O Senhor Se apresentou a Moisés como “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. Qual é a relevância desse fato?
Moisés viu que a sarça ardente não era consumida pelo fogo e, portanto, sabia que estava vendo um milagre e que algo dramático e importante estava acontecendo diante dele. Ao se aproximar, o Senhor disse-lhe para tirar as sandálias como sinal de profundo respeito, pois a presença de Deus tornava o lugar santo.
O Senhor Se apresentou a Moisés como “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Êxodo 3:6). O Senhor havia prometido a esses patriarcas que seus descendentes herdariam Canaã, uma promessa que Moisés certamente conhecia. Assim, mesmo antes de dizer, Deus já estava abrindo o caminho para Moisés saber o que estava por vir e o papel crucial que ele desempenharia.
Moisés precisou de 80 anos para que Deus o considerasse pronto para a tarefa. O que isso nos ensina sobre paciência?