Anseio por Deus em Sião

VERSO PARA MEMORIZAR:
“A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (Salmo 84:2).

Leituras da semana:
Salmo 84; Apocalipse 21:3; Salmo 122; 87; Gálatas 3:28, 29; Mateus 28:18-20; Salmo 46; 125.
Os cânticos de Sião são hinos alegres que engradecem a beleza de Sião e a soberania do Senhor, que reina de Seu santo monte. Esses salmos frequentemente louvam os méritos da casa do Senhor e expressam um amor pelo santuário, o qual pode ser encontrado em outros salmos também.

Muitos desses salmos foram compostos pelos filhos de Corá, que tiveram experiência direta da bem-aventurança da casa do Senhor como músicos do templo (1 Crônicas 6:31–38) e guardiões dos portões do templo (1 Crônicas 9:19).

O que torna Sião a fonte de esperança e alegria? Sião representava a presença viva de Deus entre Seu povo. Assim como o povo de Israel é o povo escolhido de Deus (Deuteronômio 7:6), Sião é a montanha escolhida por Deus (Salmo 78:68, Salmo 87:2).

Deus reina de Sião (Salmo 99:1, 2) e fundou Seu templo em Sião também (Salmo 87:1). Portanto, Sião é um lugar de bênçãos divinas e refúgio. Sião é frequentemente mencionada em paralelo, ou até mesmo de forma intercambiável, com Jerusalém e o santuário, o centro da obra de salvação de Deus para o mundo antigo.

As bênçãos de Sião transbordam até os confins da terra porque a pessoa e a graça do Senhor ultrapassam os limites de qualquer lugar sagrado. Sião é a alegria de toda a terra (Salmo 48:2), confirmando que toda a terra pertence a Deus.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 16 de Março.

Pele e Ossos: Parte 7

Ao retornar para o quartel depois de cavar carvão por um curto período em uma montanha, Sekule informou ao comandante que não portaria armas, mesmo na Guerra da Bósnia em curso.

"Eu não quero atirar nas pessoas", disse ele.

"Você deve pegar uma arma", insistiu o comandante. "Caso contrário, terá que servir dois anos em vez de um." Não combatentes eram obrigados a cumprir dois anos em vez de um no exército.

"Eu não me importo", disse Sekule. "Não vou carregar uma arma."

O comandante enviou Sekule a um oficial de inteligência. Apenas soldados em sérios apuros eram enviados a esse oficial, pois ele tinha o poder de prender soldados.

Sekule explicou sua posição ao oficial.

"Tudo bem", disse o oficial. "Pegue uma arma e, se for enviado para a linha de frente, devolva-a. Assim, você servirá apenas um ano em vez de dois." "O que você quer dizer?" perguntou Sekule.

"Concorde em carregar uma arma durante o treinamento, mas o treinamento que você receberá será em teleimpressoras em vez de no campo de tiro", disse o oficial.

Sekule concordou. Ele foi designado para o trabalho de escritório, ajudando a administrar as comunicações militares digitando em uma teleimpressora.

O Sábado acabou sendo um desafio maior do que as armas para Sekule. Devido à guerra, ele precisava ser treinado rapidamente para trabalhar em uma teleimpressora. Mas ele se recusou a participar das sessões de treinamento no Sábado.

A alimentação também foi um desafio. As rações militares eram preparadas com banha. Os pais de Sekule se recusaram a enviar dinheiro para comida porque esperavam que ele mudasse sua dieta.

Sekule orou: "Por favor, me abençoe como abençoou Daniel. Ele decidiu não comer comida impura, e eu quero fazer o mesmo." O comandante de Sekule não sabia o que fazer.

"Você não trabalhará no Sábado?" ele perguntou.

"Não", disse Sekule.

"Você tem alguma sugestão sobre o que podemos fazer?"

"Não."

"Você não comerá carne?"

"Não."

"Você tem alguma sugestão sobre o que podemos fazer?"

"Não."

A única coisa que Sekule conseguia comer era pão e chá. Em quatro meses, ele perdeu 50 libras (23 quilos), chegando a 137 libras (85 quilos). Ele estava apenas pele e ossos.

Um dia nos Teus átrios vale mais que mil

Leia Salmos 84:1-4. Por que o salmista anseia por habitar no santuário?

O salmista "suspira" e "desfalece" para fazer do santuário sua morada permanente, para que ele possa estar perto de Deus para sempre (Salmo 84:1, 2). A presença viva de Deus (Salmo 84:2) torna o santuário um lugar único. No santuário, os adoradores podem "contemplar a beleza do Senhor" (Salmo 27:4; também veja Salmo 63:2) e ser "satisfeitos com a bondade de [Sua] casa" (Salmo 65:4).

No Salmo 84, uma felicidade sem igual é alcançada em relação a Deus, que consiste em louvá-Lo (Salmo 84:4), encontrar força Nele (Salmo 84:5) e confiar Nele (Salmo 84:12). O santuário é o lugar onde tal relação é nutrida por meio da adoração e comunhão com outros crentes. A presença viva de Deus no santuário dá aos adoradores um vislumbre do glorioso reino de Deus e um sabor da vida eterna.

Leia Salmo 84:5-12. Quem mais pode ser abençoado pelo santuário?

As bênçãos de Deus são descritas irradiando do santuário, primeiro concedidas àqueles que servem ali (Salmo 84:4), depois aos peregrinos a caminho do santuário (Salmo 84:5–10) e, finalmente, alcançando até os confins da terra. A expectativa de encontrar Deus no santuário fortalece a fé dos peregrinos (Salmo 84:7). Enquanto a força do viajante comum enfraquece sob o peso da jornada cansativa, com os peregrinos em direção ao santuário, sua força aumenta à medida que se aproximam do santuário.

Mesmo quando fisicamente distantes do santuário, os filhos de Deus continuam a carregar o selo do santuário de Deus ao viver uma vida digna (Salmo 84:11), o que caracteriza os justos que entram no santuário do Senhor (Salmo 15:1, 2). O Senhor é chamado de "sol", mostrando que as bênçãos do santuário, assim como os raios de sol, se estendem até os confins da terra (Salmo 84:11). Assim, aqueles que permanecem com Deus pela fé recebem Sua graça, independentemente do lugar onde estão.

Leia Apocalipse 21:3. Que esperança refletida no santuário terrestre nos é revelada nesse texto? Como, mesmo agora, podemos imaginar como será essa experiência?

Ore pela paz de Jerusalém

Leia Salmo 122:1-5. Quais eram os sentimentos dos adoradores ao chegarem a Jerusalém? O que esperavam encontrar ali?

O Salmo 122 expressa a emoção dos peregrinos ao chegar a Jerusalém. As peregrinações a Jerusalém eram ocasiões alegres em que o povo de Deus se reunia três vezes durante o ano para lembrar da bondade de Deus para com eles no passado e no presente (Deuterenômio. 16:16). Jerusalém era o centro da vida da nação porque continha "o Testemunho de Israel" (Salmo 122:4) e os tronos para o julgamento (Salmo 122:5).

"O Testemunho de Israel" refere-se ao santuário que às vezes era chamado de "o tabernáculo do Testemunho" (Números 1:50) e continha a "arca do Testemunho" (Êxodo 25:22). Os tronos estabelecidos para o julgamento representam o sistema judicial em Jerusalém (2 Samuel 8:15). A peregrinação era, portanto, o momento em que se podia buscar e obter justiça. Fidelidade a Deus e administração de justiça ao povo nunca deveriam ser separadas.

Leia Salmo 122:6-9. Qual é a principal oração do povo de Deus?

Orar pela paz de Jerusalém invoca as bênçãos de Deus sobre a cidade e seus habitantes e unia os adoradores, fazendo com que a paz se espalhasse entre eles (Salmo 122:8). Jerusalém poderia ser a cidade da paz apenas se houvesse paz entre Deus e Seu povo, e entre os filhos de Deus entre si. Assim, a oração pela paz de Jerusalém transmite um apelo ao povo de Deus para viver em paz com Deus e uns com os outros. Na paz de Jerusalém, o povo prosperará (Salmo 147:12–14).

O salmo nos ensina que a oração pelo bem-estar da comunidade de fé deve ser o principal tema das orações dos filhos de Deus, porque apenas o povo forte e unido de Deus pode proclamar as boas novas da paz e salvação de Deus ao mundo (João 13:34, 35).

Orar pela paz de Jerusalém ainda é um privilégio e responsabilidade dos crentes, pois mantém viva a esperança na vinda do reino de Deus no fim dos tempos, um reino de paz que abraçará não apenas a cidade de Jerusalém, mas o mundo inteiro (Isaías 52:7; Isaías 66:12, 13; Apocalipse 21, 22).

Na prática, como podemos promover a harmonia entre nós como povo de Deus?

Sião – Lar de todas as nações

Leia Salmo 87:1, 2. O que faz de Sião um lugar tão estimado?

O Salmo 87 é um hino que celebra Sião como a cidade especialmente escolhida e amada por Deus. O fundamento do templo de Deus está no Monte Sião (Salmo 2:6, Salmo 15:1). No fim dos tempos, Sião se elevará acima de todas as montanhas, significando a soberania absoluta do Senhor sobre o mundo inteiro (Salmo 99:2, Isaías 2:2, Miquéias 4:1). O Salmo 87 se refere a Sião como "montes" para destacar sua majestade (Salmo 133:3).

Deus ama os portões de Sião "mais do que todas as habitações de Jacó" (Salmo 87:2), expressando a superioridade de Sião sobre todos os outros lugares em Israel que foram locais especiais de reunião do povo de Deus no passado, como Siló e Betel. Assim, o salmo afirma que a verdadeira adoração a Deus ocorre em Seu lugar escolhido e da maneira prescrita por Ele.

Leia Salmo 87:3-7. Que coisas gloriosas se diz sobre Sião?

A glória de Sião atrai todas as nações para Deus, e assim, as fronteiras do reino de Deus são ampliadas para incluir o mundo inteiro. Note que Deus não trata as outras nações como cidadãos de segunda categoria, mesmo que Sião seja retratada como o local de nascimento espiritual de todos os povos que aceitam o Senhor como seu Salvador.

O registro das pessoas era feito de acordo com seu local de nascimento (Neemias 7:5, Lucas 2:1–3). Três vezes o salmo afirma que as nações nascem em Sião, significando que o Senhor lhes proporciona uma nova identidade e concede a elas todos os privilégios como filhos legítimos de Sião (Salmo 87:4–6).

O Salmo 87 aponta para a salvação tanto dos judeus quanto dos gentios e a união deles em uma única igreja por meio do ministério redentor de Cristo (Romanos 3:22; Romanos 10:12; Gálatas 3:28, 29; Colossenses 3:11). A representação da prosperidade de Sião no salmo lembra a visão de Daniel sobre o reino de Deus tornando-se uma montanha enorme que enche toda a terra (Daniel 2:34, 35, 44, 45) e a parábola de Jesus sobre o reino de Deus crescendo como uma árvore gigante que abriga as aves do céu (Mateus 13:32).

A prontidão de Sião em adotar todos os povos se cumpre na Grande Comissão da igreja para pregar o evangelho e as três mensagens angélicas ás nações (Mateus 28:18-20)?

Segurança e paz de Sião

Como o mundo é poeticamente retratado no Salmo 46:1-7?

O Salmo faz uma descrição vívida do mundo em confusão, retratado com imagens de desastres naturais de intensidade sem precedentes (Salmo 46:2, 3). A imagem de águas perturbadas muitas vezes representa as nações rebeldes e vários problemas causados pelos ímpios no mundo (Salmo 93:3, 4; Salmo 124:2–5). Da mesma forma, no Salmo 46, as imagens de calamidades naturais representam o mundo controlado por nações que travam guerras (Salmo 46:6).

Claramente, é um mundo sem o conhecimento de Deus, porque Deus está no meio de Seu povo, e onde Deus habita, a paz prevalece (Salmo 46:4, 5). No entanto, embora o mundo O rejeite, Deus não abandona o mundo. Deus está presente no mundo ao estar entre Seu povo. Em outras palavras, não importa quão ruins as coisas pareçam, a presença de Deus está aqui, no mundo, e podemos extrair esperança e encorajamento pessoal ao conhecer essa verdade fundamental.

O Senhor, que é o refúgio perfeito, é a Fonte da paz e segurança duradouras de Sião. A palavra que destaca a segurança de Sião é "embora" no Salmo 46:3. Embora o mundo esteja em tumulto, o povo de Deus está seguro. Isso mostra que a paz não é o resultado da ausência total de provações, mas um presente de Deus para Seus filhos confiantes. Confiança irrestrita em Deus pode tornar a criança de Deus pacífica e segura no meio da tempestade (Mateus 8:23–27). A pergunta que se coloca é: Deus deixará o mundo em suas escolhas destrutivas e ações para sempre?

Como Deus responde á violência e destruição no mundo? Salmo 46:6-11

Deus responde com tamanho desagrado que Sua palavra, que criou a terra, agora faz com que a terra derreta (Salmo 46:6). No entanto, a fusão não termina em destruição, mas em renovação. Observe que Deus estende Sua paz de Sião até os confins da terra. Deus fará com que as guerras cessem e extinguirá as ferramentas de destruição que as nações ímpias usavam para trazer opressão ao mundo (Salmo 46:9). Esta é a grande esperança que os cristãos têm, que se concretizará na segunda vinda de Jesus.

Como podemos ter paz e confiar em Deus em meio a um mundo turbulento?

Inabalável como o monte Sião

Como os que confiam em Deus são retratados no Salmo 125:1, 2?

Aqueles que confiam no Senhor são comparados ao Monte Sião, símbolo de firmeza e força. A magnífica vista das montanhas que cercam a cidade de Jerusalém inspirou o salmista a reconhecer a certeza da proteção divina (Salmo 5:12, Salmo 32:7, 10). Ao contrário das montanhas governadas pelos ímpios, que são lançadas ao mar (Salmo 46:2), a impressionante durabilidade da montanha sobre a qual Jerusalém foi construída inspira uma confiança profunda.

A confiança na proteção de Deus se torna ainda mais audaciosa diante da dolorosa realidade em que o mal parece prevalecer com tanta frequência. No entanto, mesmo em meio a esse mal, o povo de Deus pode ter esperança.

Como os justos são tentados? Qual é a lição para nós? Salmo 125:3-5

Os fiéis podem ser desencorajados pelo sucesso dos ímpios e, talvez, tentados a seguir os caminhos deles (Salmo 73:2–13, Salmo 94:3). A máxima estabilidade do Monte Sião não pode garantir aqueles que se afastam do Senhor. As pessoas ainda têm a liberdade de "esticar suas mãos para a iniquidade" (Salmo 125:3) e "se desviar para seus caminhos tortuosos" (Salmo 125:5). O Senhor é justo e julgará aqueles que permanecem em rebelião junto com outros pecadores impenitentes.

Aqui está o apelo para que o povo de Deus permaneça inabalável na fé e confiança no Senhor, assim como o Monte Sião é o refúgio inabalável deles. Ou seja, mesmo quando não entendemos as coisas, ainda podemos confiar na bondade de Deus.

“A entrada do pecado no mundo, a encarnação de Cristo, a regeneração, a ressurreição e muitos outros assuntos apresentados na Bíblia são mistérios muito profundos para a mente humana explicar, ou mesmo compreender totalmente. Mas não temos motivo para duvidar da palavra de Deus porque não podemos entender os mistérios de Sua providência. . .. Em todos os lugares há maravilhas além do nosso alcance. Deveríamos então ficar surpresos ao descobrir que no mundo espiritual também existem mistérios que não podemos compreender? A dificuldade reside unicamente na fraqueza e estreiteza da mente humana. Deus nos deu nas Escrituras evidências suficientes de seu caráter divino, e não devemos duvidar de sua palavra porque não podemos entender todos os mistérios de sua providência.” —Ellen G. White, Caminho a Cristo, pp. 106, 107.

Estudo Adicional:

Contemple a mensagem de Isaías 40 e Isaías 51:1–16.

Os cânticos de Sião fazem um compromisso absoluto de manter a mente em Sião e na esperança viva no domínio soberano de Deus que ela representa.

Embora muitas bênçãos do santuário de Deus sejam experimentadas nesta vida, a esperança na plenitude da vida e na alegria em Sião ainda está no futuro. Muitos filhos de Deus anseiam pela Sião celestial com lágrimas (Salmo 137:1).

Lembrar de Sião implica não apenas um pensamento ocasional, mas também uma atenção deliberada e uma decisão de viver de acordo com essa memória viva (Êxodo 13:3, Êxodo 20:8).

Portanto, cantar os cânticos de Sião carrega uma resolução apaixonada de manter viva a esperança na restauração do reino de Deus na nova terra (Apocalipse 21:1–5). "Lá, mentes imortais contemplarão com alegria ininterrupta as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor redentor. Não haverá inimigo cruel e enganador para tentar ao esquecimento de Deus. Cada faculdade será desenvolvida, cada capacidade aumentada.

A aquisição de conhecimento não cansará a mente nem esgotará as energias. Lá, as maiores empreitadas poderão ser levadas adiante, as aspirações mais elevadas alcançadas, as ambições mais altas realizadas; e ainda assim surgirão novas alturas a superar, novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender, novos objetos a convocar os poderes da mente, da alma e do corpo.".

Um compromisso de não esquecer Sião é uma promessa implícita dos peregrinos do Senhor de que nunca aceitarão este mundo como sua pátria, mas aguardarão os novos céus e a nova terra.

Os salmos de Sião podem ser cantados por crentes de todas as gerações que anseiam viver na Nova Jerusalém (Apocalipse 3:12). Os cânticos de Sião nos encorajam a antecipar o mundo futuro com esperança, mas também nos obrigam a ser agentes da graça de Deus neste mundo presente.

Questões para discussão:

 Como aplicar á igreja os princípios espirituais e teológicos da Sião literal?

 Como os crentes permanecem no santuário de Deus? (João 1:14-18; Hebreus 12:22-24).

 Como Sião se tornará a cidade de todas as nações, conforme previsto no Salmo 87? (Romano 5:10; Efésios 2:11-16; Colossenses 1:19-23).

 Como responder á pessoa que aponta para a prosperidade dos ímpios, enquanto pessoas “boas” sofrem? É importante reconhecer que não temos respostas para tudo?