
Regras de engajamento
VERSO PARA MEMORIZAR:Um poderoso relato que revela a natureza do conflito cósmico pode ser encontrado em 1 Reis 18:19–40, no episódio de Elias no Monte Carmelo, onde o Senhor expõe os chamados “deuses das nações.” No entanto, há algo mais nos bastidores sobre esses “deuses” do que o fato de serem meras criações da imaginação pagã.
"Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto Se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo’’ (1João 3:8).
Leituras da semana:
Daniel 10:1-14; Apocalipse 13:1-8. Jó 1:1-12; 2:1-7; João 12:31; 14:30; Marcos 6:5; 9:29.
Por trás dos “deuses” que as nações ao redor de Israel acreditavam estar adorando, havia, na verdade, algo diferente.
“‘Eles sacrificaram a demônios e não a Deus, a deuses que não conheciam, a novos deuses, que chegaram recentemente e que seus pais não temeram’” (Deuteronômio 32:17). Paulo acrescenta: “As coisas que os gentios sacrificam, sacrificam aos demônios e não a Deus, e eu não quero que vocês tenham comunhão com os demônios” (1 Coríntios 10:20).
Por trás dos falsos “deuses” das nações, então, estavam na verdade demônios disfarçados. Isso significa que todos os textos das Escrituras que tratam de idolatria e dos deuses estrangeiros são, na realidade, textos sobre o “conflito cósmico.”
Com esse contexto, o tema do conflito cósmico é melhor compreendido. E essa verdade tem implicações profundas para entender mais sobre a natureza desse conflito e como ele lança luz sobre o problema do mal.
O Visitante Persistente: Parte 2
Por Andrew Mcchesney
Para a pediatra Adventista do Sétimo Dia, a garota nativa do Alasca de 13 anos parecia um gigante
Quatro meses após a primeira ligação telefônica, a pediatra Colette Reahl fez a viagem de sete horas de Anchorage até Fairbanks, no Alasca, para encontrar Matrona pela primeira vez na instituição onde ela morava com 19 outros meninos e meninas. Matrona tinha 1,74 metros de altura. Em comparação, Colette tinha 1,62 metros
Quando Colette viu a garota, pensou: "Ela parece um gigante para mim. Isso deve ser interessante.
Matrona, que estava sentada no chão de uma sala de reuniões, era muito tímida e não queria falar no começo.
Colette se sentou em um sofá perto dela. Alguns minutos de silêncio se passaram, até que Colette lembrou que tinha trazido um presente, uma enciclopédia sobre animais, para Matrona. Colette abriu o livro e começou a folhear as páginas em silêncio. A curiosidade de Matrona foi despertada, e ela lentamente se aproximou de Colette. Não demorou muito para que Matrona estivesse sentada ao lado de Colette, olhando as imagens com ela.
Foi uma visita agradável, que durou três horas.
As duas se encontraram novamente no mês seguinte, e Colette deu a Matrona uma Bíblia. Ela sugeriu ler a Bíblia juntas pelo telefone. Mas, quando Colette ligou, Matrona se fez de indisponível para conversar.
Depois, Matrona se mudou para uma instituição em Anchorage. Ela estava sozinha e sentia falta de seus amigos em Fairbanks. Começou a ligar para Colette todos os dias, tentando convencê-la a adotá-la.
Enquanto isso, Colette iniciou o processo de mudança de emprego. Seu trabalho como pediatra em Anchorage estava chegando ao fim, e ela estava se preparando para se mudar para Bethel, a maior comunidade do oeste do Alasca, com uma população de 6.000 habitantes. Ela iria trabalhar em um hospital lá.
“Ewwwwwww,” disse Matrona quando soube da mudança. Para ela, Bethel era uma vila pequena, e ela achava que seria entediante.
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Um anjo atrasado
Como vimos, os falsos “deuses” das nações eram demônios disfarçados. Além disso, encontramos evidências de que governantes celestiais demoníacos, às vezes, estão por trás de governantes terrenos. Até mesmo agentes angelicais enviados por Deus podem ser enfrentados pelas forças do inimigo.
Leia Daniel 10:1-14, com atenção especial aos versículos 12 e 13. O que essa passagem ensina que é mais relevante para o conflito cósmico? Por que o anjo enviado por Deus foi ‘’resistido’’ durante 21 dias’?
Como pode ser que um anjo enviado por Deus pudesse ser “resistido” por três semanas? Sendo todo-poderoso, Deus tinha o poder de responder a Daniel imediatamente—isto é, se Ele assim escolhesse. Se Ele exercesse Seu poder dessa forma, poderia fazer com que um anjo aparecesse a Daniel imediatamente. No entanto, o anjo enviado por Deus foi “resistido” pelo “príncipe do reino da Pérsia” por três semanas inteiras (Daniel 10:13). O que está acontecendo aqui?
“Por três semanas Gabriel lutou com os poderes das trevas, buscando neutralizar as influências em ação sobre a mente de Ciro. [...] Tudo o que o Céu podia fazer em favor do povo de Deus foi feito. A vitória foi finalmente conquistada; as forças do inimigo foram contidas durante todos os dias de Ciro e todos os dias de seu filho Cambises.” — Ellen G. White, Profetas e Reis [2021], p. 332.
Para que tal conflito pudesse acontecer, Deus não deve estar exercendo todo o Seu poder. O inimigo deve ter sido concedido alguma liberdade e poder genuíno que não é removido de forma arbitrária, mas é restringido por parâmetros conhecidos por ambas as partes (cujos detalhes não são revelados a nós). Parece haver parâmetros no conflito cósmico dentro dos quais até mesmo os anjos de Deus operam, que nas lições futuras serão chamados de “regras de engajamento.”
De certo modo, compreender esses limites pode não ser difícil se entendermos a ideia, já mencionada, de que Deus trabalha apenas por amor, e que o amor, não a coerção, é o fundamento de Seu governo. Essa ideia, de que Deus age apenas por meio dos princípios que emanam do amor, pode nos ajudar a compreender melhor o grande conflito.
Você já experimentou as limitações de agir unicamente por meio dos princípios do amor, e não da imposição? Que lições você aprendeu sobre os limites do poder?
O dragão do Apocalipse
A perspectiva abrangente dos governantes celestiais no conflito cósmico está encapsulada no livro de Apocalipse, onde o diabo é retratado como "o grande dragão" que se opõe a Deus e "engana todo o mundo" (Apocalipse 12:9).
O que Apocalipse 13:1-8 revela sobre os limites de atuação do inimigo?
O dragão (Satanás) não apenas guerreia contra Deus (Apocalipse 12:7–9) e Seus servos (Apocalipse 12:1–6), mas é retratado como o governante por trás dos reinos terrestres que perseguem o povo de Deus ao longo das eras.
O dragão “deu ao [animal] o seu poder, o seu trono e grande autoridade” à besta que emerge do mar (Apocalipse 13:2; compare com Apocalipse 13:5; Apocalipse 17:13, 14). Esta besta que surge do mar “foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias, e autoridade para agir por quarenta e dois meses” (Apocalipse 13:5).
Assim, Satanás (o dragão) confere poder e autoridade governamental a uma besta (um poder político-religioso terrestre). Esse poder é exercido com o objetivo de usurpar a adoração devida a Deus. A besta blasfema contra o nome de Deus e também guerreia contra os santos (o povo santo de Deus), chegando até a vencê-los, pelo menos por um período. Essa autoridade e jurisdição mundial são concedidas pelo dragão, o governante usurpador deste mundo.
Contudo, há limites claros para Satanás e suas agências, incluindo limites temporais. “Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Aí da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12:12).
Satanás “sabe que lhe resta pouco tempo” (Apocalipse 12:12), e os eventos descritos em Apocalipse seguem linhas proféticas de tempo, que mostram limites específicos (veja Apocalipse 12:14; Apocalipse 13:5) para o domínio dessas forças malignas.
De fato, Deus triunfa finalmente. “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4).
Mesmo que seja difícil ver isso agora, no fim o bem triunfará para sempre sobre o mal. Por que é tão importante que nunca nos esqueçamos dessa promessa maravilha?
O caso de Jó
No livro de Jó, recebemos alguns insights fascinantes sobre a realidade do grande conflito.
Que princípios do grande conflito são revelados em Jó 1:1-12; 2:1-7?
Muitos detalhes significativos podem ser extraídos desses versículos. Primeiro, parece haver algum tipo de cena de conselho celestial, não apenas um diálogo entre Deus e Satanás; outros seres celestiais estão envolvidos.
Segundo, há uma disputa existente, sinalizada pelo fato de que Deus pergunta se Satanás considerou Jó. Considerou Jó para quê? A pergunta faz sentido no contexto de uma disputa maior e contínua.
Terceiro, enquanto Deus declara que Jó é íntegro, justo e temente a Deus, Satanás afirma que Jó aparenta temer a Deus apenas porque Deus o protege. Isso equivale a uma calúnia contra o caráter de Jó e contra Deus (compare com Apocalipse 12:10 e Zacarias 3).
Quarto, Satanás alega que a proteção de Deus sobre Jó (a cerca) é injusta e torna impossível que Satanás prove suas acusações. Isso indica alguns limites existentes sobre Satanás (regras de engajamento) e que ele aparentemente tentou prejudicar Jó.
Deus responde à acusação de Satanás diante do conselho celestial permitindo que Satanás teste sua teoria, mas apenas dentro de limites. Primeiro, Ele concede a Satanás poder sobre “tudo o que ele tem”, mas proíbe que Satanás cause dano pessoal a Jó (Jó 1:12). Mais tarde, depois que Satanás alega que Jó se importa apenas consigo mesmo, Deus permite que Satanás aflige Jó pessoalmente, mas Satanás deve poupar sua vida (Jó 2:3-6).
Satanás traz inúmeras calamidades contra a casa de Jó, mas em cada caso Jó continua a abençoar o nome de Deus (Jó 1:20-22; Jó 2:9-10), desmentindo as acusações de Satanás.
Aprendemos muitas coisas aqui, como o fato de que existem regras de engajamento no conflito cósmico. Há parâmetros no tribunal celestial dentro dos quais as acusações levantadas contra Deus podem ser resolvidas, mas sem que Deus viole os princípios sagrados inerentes ao amor, que é a base do governo de Deus e de como Ele governa o universo e os seres inteligentes nele.
Essas cenas celestiais no livro de Jó nos oferecem insights fascinantes sobre a realidade do grande conflito e como ele se desenrola aqui na Terra.
O príncipe (temporário) deste mundo
Vimos em lições anteriores que, dentro do conflito cósmico, Satanás e seus aliados recebem temporariamente uma jurisdição significativa neste mundo, limitada por algum tipo de regras de engajamento.
Essas regras de engajamento limitam não apenas as ações do inimigo—o diabo e seus aliados, mas também limitam as ações de Deus para eliminar ou mitigar o mal que (temporariamente) está sob a jurisdição do inimigo.
Como o Senhor nunca quebra Suas promessas, na medida em que Ele concordou com as regras de engajamento concedendo, assim, um governo limitado e temporário ao diabo—Deus moralmente limitou Seu curso de ação futuro (sem diminuir Seu poder absoluto).
Leia João 12:31; 14:30; 16:11; 2 Coríntios 4:4; Lucas 4:6. O que esses textos ensinam sobre o governo do inimigo neste mundo?
O Novo Testamento apresenta um confronto de reinos: os reinos da luz e das trevas, sendo as trevas provenientes de Satanás e sua rebelião. Parte da missão de Cristo foi derrotar o reino de Satanás: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo” (1 João 3:8).
No entanto, existem “regras” que limitam o que Deus pode fazer, enquanto permanece fiel aos princípios que sustentam Seu governo. Esses limites incluem, pelo menos: (1) a concessão do livre-arbítrio às criaturas e (2) as regras de engajamento do pacto, às quais não temos acesso completo, pelo menos por enquanto.
Esses impedimentos e limitações à ação divina têm implicações significativas para a capacidade moral de Deus de reduzir e/ou eliminar imediatamente o mal neste mundo. Assim, vemos a continuidade do mal e do sofrimento, o que pode levar muitas pessoas a questionarem a existência ou a bondade de Deus. Contudo, uma vez que compreendemos o pano de fundo do grande conflito e os limites que Deus impôs sobre como Ele lida com o mal, podemos, em certa medida, entender melhor por que as coisas são como são pelo menos até o triunfo final de Deus sobre o mal.
Limites e Regras
O conflito cósmico é, principalmente, uma disputa sobre o caráter de Deus, causada pelas acusações caluniosas do diabo contra a bondade, a justiça e o governo de Deus. É uma espécie de ação judicial cósmica envolvendo o pacto.
Esse tipo de conflito não pode ser resolvido apenas pelo uso do poder, mas, ao contrário, exige demonstração.
Se acusações graves são feitas contra uma pessoa em posição de poder, a melhor (e talvez única) maneira de refutar essas acusações seria permitir uma investigação livre, justa e aberta. Se as acusações ameaçam todo o governo (baseado no amor), elas não podem simplesmente ser varridas para debaixo do tapete.
O que tudo isso significa para entender o conflito cósmico e se relacionar com o problema do mal? Se Deus faz uma promessa, Ele a quebraria? Certamente não. Na medida em que Deus concorda com as regras de engajamento, Suas ações futuras seriam (moralmente) limitadas. Assim, alguns males podem estar dentro do domínio temporário do reino das trevas.
Leia Marcos 6:5; 9:29. Até mesmo a ação divina pode estar totalmente relacionada com fatores como fé e oração?
Em ambas essas narrativas, parece haver alguns limites ou regras de engajamento em vigor, dinamicamente relacionados a coisas como fé e oração. Em outros lugares, vemos abundantes evidências de que a oração faz diferença neste mundo, abrindo caminhos para a ação divina que, de outra forma, não estariam (moralmente) disponíveis. No entanto, não devemos cometer o erro de pensar que fé e oração são os únicos fatores. Provavelmente existem muitos outros fatores dos quais podemos não estar cientes.
Isso se alinha com o que vimos anteriormente sobre as regras de engajamento.
Leia Romanos 8:18 e Apocalipse 21:3, 4. Ainda que não saibamos de muitas coisas, com base nesses textos, você confia que Deus sabe o que é melhor, deseja o que é melhor e, no fim, acabará com o mal e inaugurará a eternidade de alegria?
Estudo Adicional:
Leia Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja [2021], v. 1, p. 307-312 (”O poder de Satanás”)
"O homem caído é cativo legítimo de Satanás. A missão de Cristo foi resgatá-lo do poder de seu grande adversário. O homem é naturalmente inclinado a seguir as sugestões de Satanás, e não pode resistir com sucesso a um inimigo tão terrível, a menos que Cristo, o grande Conquistador, habite nele, guiando seus desejos e dando-lhe força. Somente Deus pode limitar o poder de Satanás. Ele anda para lá e para cá na terra, e anda por ela. Ele não deixa de vigiar nem por um momento, com medo de perder uma oportunidade de destruir almas.
É importante que o povo de Deus entenda isso, para que possa escapar de suas armadilhas. Satanás está preparando suas enganações, para que em sua última campanha contra o povo de Deus eles não entendam que é ele. 2 Coríntios 11:14: ‘E não é maravilha, pois o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.’ Enquanto algumas almas enganadas estão defendendo que ele não existe, ele as está cativando, e está trabalhando através delas em grande medida. Satanás sabe melhor do que o povo de Deus o poder que eles podem ter sobre ele quando sua força está em Cristo.
Quando humildemente suplicam ao grande Conquistador por ajuda, o crente mais fraco na verdade, confiando firmemente em Cristo, pode repelir com sucesso Satanás e toda a sua hoste. Ele é astuto demais para vir abertamente, com ousadia, com suas tentações; pois assim as energias adormecidas do cristão se despertariam, e ele confiaria no forte e poderoso Libertador. Mas ele vem de forma imperceptível, e age disfarçado através dos filhos da desobediência que professam piedade." — Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 307.
Questões para discussão:
O que significa ser um “legítimo prisioneiro de Satanás”? Ele pode fazer tudo o que quiser comas pessoas? Se não, por quê? Isso se relaciona com o que chamamos de “regras de engajamento” dentro do conflito cósmico?
Por que Deus concederia a Satanás algum poder de atuação no conflito cósmico, mesmo que apenas temporariamente? Como Ele responde ás acusações do inimigo?
Como você responderia aos que negam a existência de Satanás? Mesmo que não possamos provar a existência dele, que evidências podemos mostrar ás pessoas?