Leitores que lêem João 11 pela primeira vez teriam algumas perguntas. Entre elas: Quem era Lázaro? Quem eram Maria e Marta? Quais eram seus papéis na vida de Jesus? João enfatizou um ponto: Jesus amava cada um deles (João 11:3, 5). Maria, Marta e Lázaro eram irmãos (versículos 1, 2, 19, 21).
Um leitor informado provavelmente espera um final positivo para a história, e é desconcertante pensar no atraso intencional de Jesus (João 11:4–8). Muitas vezes, queremos que Deus aja imediatamente, mas Seus propósitos podem não seguir o nosso tempo. Forças externas não fazem Jesus agir; Ele está determinado a fazer a vontade de Deus. Seu relacionamento com Deus, e não as expectativas humanas, governa Suas ações.
Sabemos que Lázaro já estava sepultado havia quatro dias quando Jesus chegou (v. 39). A aldeia estava a cerca de um dia de viagem de onde Jesus estava, e sabemos que Ele atrasou dois dias e depois levou mais um dia para viajar até Betânia, então Lázaro provavelmente já havia morrido quando Jesus recebeu a mensagem. Mesmo assim, o atraso deve ter sido profundamente inquietante para os discípulos, que provavelmente esperavam que Jesus fosse imediatamente.
Quando Jesus anunciou o retorno à Judeia, os discípulos expressaram preocupação tanto por Jesus quanto por eles mesmos (João 11:8). Eles só enxergavam o perigo que os esperava. Jesus não podia ser convencido a abandonar o caminho que estava diante Dele. Apesar do perigo, Ele seguiu em frente. Em várias discussões com os discípulos, Jesus os lembrou que era necessário caminhar na luz (João 1:4, 5; 3:19–21; 8:12; 9:5; 11:9, 10). Ele tranquilizou os discípulos, dizendo que ao caminharem de dia, eles não tropeçariam. Jesus não estava dizendo que a vida seria livre de desafios, mas que os discípulos seriam capacitados a completar sua jornada (João 17:15).
Mais uma vez, os discípulos não entenderam a linguagem metafórica de Jesus (João 3:4; 4:11, 33; 6:52; 11:12, 13). Jesus disse que iria despertar Lázaro do sono. Os discípulos pensaram que Ele estava dizendo que Lázaro estava descansando da doença e provavelmente se perguntaram por que Jesus iria acordá-lo, pois até hoje sabemos que o sono tem algum poder de restauração. No entanto, as Escrituras comumente usam o termo “sono” para representar a morte (por exemplo, Salmo 13:3; Daniel 12:2), e os discípulos poderiam ter entendido assim. Então Jesus declarou abertamente o que Ele quis dizer (João 11:14, 15). Ao fazer isso, Ele apontou para o final da história para a ressurreição de Lázaro.