Parte 1: A Religião de uma Menina

Por Andrew Mcchesney

Quando tinha 12 anos, Diana começou a beber álcool, fumar maconha e ouvir música rock pesada. No meio das festas, seus pensamentos se voltaram para Deus.

Deus não havia sido uma grande parte da infância de Diana. Seu pai passava muito tempo no exterior como marinheiro da Marinha, e a família, como muitas famílias militares, se mudava a cada dois ou três anos. Algumas vezes, sua mãe a levava a ela e às irmãs à igreja aos domingos quando eram muito jovens e moravam na Flórida.

Diana teve a chance de frequentar a Escola Bíblica de Férias, aos 10 anos, enquanto morava em Norfolk, Virgínia. Um ônibus passava pelo seu bairro vindo da igreja Batista e pegava ela e sua irmã mais velha. Ela memorizou João 3:16 e os livros da Bíblia. Ela aprendeu sobre missionários e a respeitar a Palavra imutável de Deus. Ela escolheu ser batizada. A igreja lhe deu uma base espiritual. For a da igreja era uma história diferente. Diana estava sendo molestada, e o trauma a impactaria por anos.

Então a família se mudou novamente quando ela tinha 12 anos, desta vez para Albuquerque, Novo México. Muitas das crianças do bairro usavam álcool e drogas, e Diana se juntou a elas.

Aos 14 anos, Diana se mudou com a família para Monte Vista, Colorado. Enquanto fumava maconha com seus novos amigos, ela às vezes falava sobre Deus. Quando tinha 16 anos, muitos de seus amigos foram obrigados a fazer aulas de religião. Querendo um relacionamento mais profundo com seus amigos, Diana frequentou as aulas com eles. Durante uma aula, o padre declarou que a autoridade de sua igreja estava acima da autoridade da Palavra de Deus porque a igreja havia mudado o dia de adoração de Deus do Sétimo Dia bíblico, o Sábado, para o primeiro dia, o domingo.

Diana ficou chocada e preocupada. Ela se lembrava de ter aprendido que a Palavra de Deus não poderia ser mudada. Ela se perguntou: “Por que as pessoas adoram no primeiro dia quando a Bíblia claramente diz para adorar no Sétimo Dia?” Diana decidiu terminar as aulas de religião, mas não frequentar a igreja.

Ela continuou bebendo, usando drogas e ouvindo música rock pesada. Com o tempo, eles se tornaram sua identidade, sua vida, sua religião.

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O ritmo da vida

Não sei dizer quando começou, mas não me lembro de um tempo em que isso não acontecia. Quer estivéssemos na escola ou de férias, nos sentindo bem ou não, dormindo ou acordados, às 5:00 da manhã, todos em minha casa tinham que se levantar para o culto matinal.

O primeiro chamado geralmente vinha por volta das 4:45. Minha mãe entrava em nossos quartos e anunciava sua presença. "Olá, olá! Bom dia! Está quase na hora do culto! Hora de se levantar e vir para a sala, pessoal!" Amo muito minha mãe, mas sua persistência às 4:45 da manhã era demais para mim em alguns dias. Se não estávamos na sala às 5:00, ela voltava, dessa vez nos sacudindo até que estivéssemos totalmente acordados, e não saía até que estivéssemos a caminho da sala de culto com ela. Uma vez lá, meus pais começavam um hino para dar início — e sim, era esperado que cantássemos. Ainda conheço muitos hinos hoje porque os cantava todas as manhãs em casa. O hino geralmente era seguido por uma breve leitura devocional ou reflexão, e então meu pai encerrava com uma oração.

Por que tanto esforço para acordar cinco filhos sonolentos para o culto às 5:00 da manhã? Meus pais acreditavam que ficaríamos espiritualmente vazios durante o dia se não começássemos nossa manhã com Deus. Eles queriam que seguíssemos um plano estabelecido nas Escrituras para começar e terminar cada dia com Deus. Esta semana, examinaremos a instituição de Deus do culto matinal e vespertino na vida de Seu povo escolhido, tanto no passado como agora.

Leia, de Ellen G. White, Caminho a Cristo, capítulo 5: “Consagração”.

Preparando-se para adorar

1 Crônicas 23 registra os preparativos de Davi e Salomão para construir um templo permanente após estabelecer a sede da nação em Jerusalém (1 Crônicas 23:25, 26). O sonho de Davi havia sido construir para Deus uma residência permanente onde Ele pudesse habitar com os israelitas para sempre (2 Samuel 7:1–7). Embora Deus amasse o coração de Davi, Ele escolheu dar essa honra a Salomão, seu filho.

O que é especialmente inspirador é a resposta de Davi quando Deus deu a tarefa a outro. Ele não ficou emburrado ou reclamou. Ele se dedicou a fazer preparativos extensos para que Salomão pudesse cumprir mais facilmente a diretiva especial de Deus (1 Crônicas 22). Quantos de nós lidamos com a decepção dessa maneira? Davi estava perto do fim de sua vida. Mesmo ao passar o trono para Salomão, o templo ainda estava em sua mente e coração. Junto com seu filho, Davi identificou 38.000 descendentes da tribo de Levi: 24.000 para trabalhar no templo, 6.000 para servir como oficiais e juízes, 4.000 como porteiros e outros 4.000 como músicos (1 Crônicas 23:4-5).

Além dos números, Davi deu instruções sobre os serviços do templo. No centro de tudo estavam os cultos diários da manhã e da noite no templo (1Crônicas 23:30). Isso reafirmou o que Deus havia instruído por meio de Moisés: “Ofereça um cordeiro de manhã e o outro, ao crepúsculo da tarde” (Êxodo 29:39). No templo de Jerusalém, a capital de Israel, essa adoração matinal e vespertina a Deus serviria de exemplo para toda a nação.

A vida israelita deveria existir entre duas experiências espirituais diárias fundamentais. Deus pretendia que Seu povo começasse e terminasse seus dias com Ele. Eles nunca deveriam tomar Sua presença, provisão e proteção como garantidas. Eles precisavam do poder de Deus para protegê-los de ameaças externas e de tentações internas, como o desejo de praticar os valores e morais das nações ao redor.

Os sacrifícios matinais e vespertinos eram a maneira de Deus estabelecer um padrão devocional para os indivíduos e famílias israelitas seguirem, uma maneira de mantê-los em um relacionamento correto com Ele. Essas conexões matinais e vespertinas com Deus foram projetadas para guardar e guiar a vida israelita.

Quais desafios o impedem de ter uma comunhão diária com Deus? Como minimizar esta situação?

Sacrifício diário

Mais de 400 anos se passaram desde que Deus instruiu Moisés a construir um santuário para Ele e até que Davi designou os levitas enquanto Salomão se preparava para construir o templo em Jerusalém. Muita coisa aconteceu à nação durante esses séculos. O livro de Juízes revela quão longe Israel se desviou do Senhor durante esse tempo, descrevendo muitas vezes que os israelitas caíram em apostasia profunda.

Essa apostasia os enfraqueceu espiritualmente e levou Deus a deixá-los à mercê de seus inimigos. Depois de vários anos de dor e sofrimento sob a opressão inimiga, eles se arrependiam e imploravam a Deus por libertação. Deus então enviava um juiz para libertá-los e reconstruir seu relacionamento com Ele. E o ciclo se repetia.

Os sacrifícios matinais e vespertinos, coletivamente chamados de "o diário", deveriam ter impedido os israelitas de cair em apostasia. Deus pretendia que o sacrifício de um cordeiro pela manhã e outro à noite sensibilizasse os israelitas para a natureza do pecado. Ao longo de cada dia, suas mentes haviam se ocupado com coisas pecaminosas e eles haviam feito coisas que não deveriam.

Cada dia, eles haviam pecado contra Deus de uma forma ou outra. Deus não queria que Seu povo continuasse o hábito de pecar sem consequências ou responsabilidade. Ele queria que vissem que o pecado tem um preço alto. Sempre requer o derramamento de sangue (Hebreus 9:22), geralmente o sangue de algo inocente (1 Pedro 1:19).

O ministério diário do santuário também tinha outro propósito. Em cada sacrifício matinal, os israelitas simbolicamente se entregavam a Deus por todo aquele dia. E em cada sacrifício vespertino, eles basicamente diziam: “Senhor, eu Te agradeço por este dia. Se hoje eu fiz algo contrário à Tua vontade, por favor, perdoa-me. Quero dedicar minha vida a Ti mais uma vez.” O povo de Deus recebia Suas bênçãos à medida que cada sacrifício renovava seu relacionamento com Ele.

E como podemos continuar essa prática de dedicação e reconsagração hoje? Ellen White responde que “os lares cristãos devem ser luzes no mundo. De manhã e de noite devem deles ascender a Deus orações como um incenso suave. E, como o orvalho matutino, Suas misericórdias e bênçãos descerão sobre os suplicantes” (Testemunhos Para a Igreja, [2021], v. 7, p. 40). Deus concede bênçãos especiais àqueles que O adoram de todo o coração.

Quais desafios o impedem de ter uma comunhão diária com Deus? Como minimizar esta situação?

Momento de Reflexão

O que parece mais difícil: sacrificar um animal inocente todos os dias ou simplesmente orar? A resposta parece óbvia, mas, se fôssemos obrigados a realizar sacrifícios como o povo de Israel no passado, talvez realmente reservássemos mais tempo para nossa vida espiritual.

Às vezes, ao olhar para a história, nos perguntamos se tudo isso era realmente necessário para que o povo entendesse a seriedade do pecado. Será que precisava de algo tão impactante para levá-los à reflexão e ao arrependimento?

Sinceramente, não sei dizer o que seria mais difícil. Hoje, somos livres desse ritual porque o sacrifício de Jesus já resolveu o problema do pecado e nos convida à adoração contínua. Mas como temos vivido isso no nosso dia a dia?



Como os versículos a seguir nos ajudam a entender o significado dos sacrifícios da manhã e da tarde?

Sacrifícios diários:

Êxodo 29:38-43; Números 28:3-8

Qualidade dos sacrifícios:

Êxodo 12:5; Levítico 1:3; 1Pedro 1:19

Jesus é o verdadeiro sacrifício:

Hebreus 7:26, 27; 10:6-10

Força do hábito

Alguns anos atrás, sentei-me para conversar com o pastor que supervisionava meu trabalho. Ele havia dedicado mais de 40 anos de sua vida ao ministério, e enquanto ele falava, eu o ouvia atentamente. Eu o admirava por muitas razões, mas especialmente por sua capacidade de estabelecer hábitos de vida. Por exemplo, ele é um colecionador de jornais. Onde quer que ele viaje no mundo, recebe jornais importantes. Ele também coleciona objetos especiais de instituições Adventistas ao redor do mundo – garrafas de água, mochilas, bonés e assim por diante. Mas, se existe um hábito dele que me surpreende é o de manter um diário. Ele começou a escrever diariamente na década de 1960, e esse hábito continuou por quase 60 anos. Você consegue imaginar 60 anos de diários pessoais?

Os diários do meu amigo capturavam provações e triunfos, o mundano e o magnífico, orações respondidas e orações aguardando respostas. Ele pode traçar a obra diária de Deus em sua vida por mais de meio século. É um registro impressionante do amor de Deus — e do poder de uma boa rotina. Hábitos são coisas poderosas.

Se há um hábito que Satanás fará de tudo para impedir que você desenvolva, é passar tempo com Deus a cada manhã e a cada noite. Ele irá distraí-lo, incentivá-lo a dormir depois que seu alarme tocar para seu devocional. Irá levá-lo a fazer uma meditação automática a fim de que não perca a hora dos seus demais compromissos. Enviará pessoas cujas necessidades são tão urgentes que você terá que parar sua adoração para atendê-las.

Você já experimentou alguma dessas coisas quando tentou levar a sério sua caminhada diária com Deus? Se sim, não desanime. O que você precisa é de planejamento. Dedique algum tempo no início de cada semana planejando seu tempo devocional diário com Deus. Você pode, por exemplo, estudar a Lição da Escola Sabatina dos Jovens ComTexto Bíblico pela manhã e estudar sobre a preparação para os eventos finais à noite. Ou pode concentrar seus momentos devocionais da manhã na oração e os momentos da noite no estudo da Bíblia.

Existe algum hábito que você estabeleceu e que mudou sua vida? Qual?

Momentos sagrados

“Quando os sacerdotes entravam no lugar santo pela manhã e à noite, o sacrifício diário estava pronto para ser oferecido sobre o altar, no pátio. Essa era uma ocasião de grande interesse para os adoradores que se reuniam junto ao tabernáculo. Antes de entrar na presença de Deus pelo ministério do sacerdote, deviam se dedicar a um profundo exame de coração e confissão de pecados. Uniam-se em oração silenciosa, com o rosto voltado para o lugar santo.

“Assim, suas petições ascendiam com a nuvem de incenso, enquanto a fé se apoderava dos méritos do Salvador prometido, prefigurado pelo sacrifício expiatório. As horas designadas para o sacrifício da manhã e da tarde eram consideradas sagradas e, por toda a nação judaica, vieram a ser observadas como um tempo reservado para a adoração. E quando, em tempos posteriores, os judeus foram espalhados como cativos em países distantes, ainda naquela hora designada voltavam o rosto para Jerusalém e proferiam suas petições ao Deus de Israel.

“Nesse costume os cristãos têm um exemplo para a oração da manhã e da noite. Embora Deus condene um mero ciclo de cerimônias, sem o espírito de adoração, Ele vê com grande prazer aqueles que O amam, prostrando-se de manhã e à noite para buscar o perdão dos pecados cometidos e apresentar seus pedidos de bênçãos de que necessitam.

“Os pães da proposição eram conservados sempre perante o Senhor como uma oferta perpétua. Assim, isso tornava-se uma parte do sacrifício diário. Era chamado ‘pão da proposição’ ou ‘pão da Presença’, porque estava sempre diante da face do Senhor (Êxodo 25:30). Era um reconhecimento de que o ser humano depende de Deus para ter o pão físico e espiritual, e de que este é recebido apenas pela mediação de Cristo.

“Deus alimentara Israel no deserto com pão do Céu, e eles ainda dependiam de Sua generosidade tanto para o pão temporal quanto para as bênçãos espirituais. Tanto o maná quanto o pão da proposição apontavam para Cristo, o pão vivo, que está sempre na presença de Deus por nós. Ele mesmo disse: ‘Eu sou o pão vivo que desceu do Céu’ (João 6: 51). O incenso era posto sobre os pães. Quando, a cada Sábado, esses pães eram retirados para ser substituídos por outros novos, o incenso era queimado sobre o altar como um memorial perante Deus.

“A parte mais importante do ministério diário era a oferta efetuada em favor do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta à porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava seus pecados, transferindo-os assim, de maneira simbólica, para a vítima inocente que seria sacrificada. Depois o animal era morto pelas mãos de seu dono, então o sacerdote levava o sangue até o lugar santo e o aspergia diante do véu, atrás do qual estava a arca contendo a lei que o pecador havia transgredido. Com essa cerimônia, por meio do sangue, o pecado era transferido simbolicamente para o santuário” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [2022], p. 299, 300).