VERSO PARA MEMORIZAR:Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:
Leituras da semana:
Mateus 7:21-27.
Por Andrew Mcchesney
Purna enfrentou uma tarefa aparentemente impossível. Ele havia se oferecido como voluntário para plantar uma igreja em um distrito não visitado de uma grande cidade do sul da Ásia e não sabia por onde começar. Ele mudou-se para o distrito depois de se voluntariar para servir como pioneiro da Missão Global. Mas como poderia ele partilhar o seu amor por Cristo com os seus vizinhos não-cristãos?
“Deus, por favor, ajude”, ele orou.
Purna rezou durante uma semana, mas ainda não sabia por onde começar. Mas ele sabia de uma coisa. Ele não suportava o fedor na estrada em frente à sua casa. Pilhas de lixo e poças de água suja da chuva misturavam-se na estrada. Certa manhã, ele viu que o lixo havia entupido as calhas e a água suja transbordava para a estrada. Ele decidiu fazer alguma coisa.
Pegando uma longa vara de bambu, ele começou a recolher o lixo das calhas.
Enquanto ele trabalhava, os vizinhos notaram.
“O governo municipal enviou você para limpar a estrada?” alguém perguntou.
Purna respondeu que não havia sido contratado para limpar a estrada e que simplesmente morava nela. Os vizinhos ficaram impressionados. Ninguém nunca havia limpado a estrada antes.
“Você é um bom homem”, disse um vizinho. “Precisamos de você aqui.”
“Nunca saia daqui”, disse outro.
Ao limpar a estrada, Purna tornou-se uma celebridade local. Todo mundo sabia ele e estava falando sobre ele. As pessoas o convidaram para suas casas.
Ao conhecer os vizinhos, ele soube que um homem estava paralisado do lado esquerdo. Purna, que tinha formação em massagem, ofereceu-se para ajudar. O homem concordou e Purna começou a fazer massagens. Cada vez que se encontravam, Purna orava e depois fazia uma massagem. O homem se recuperou totalmente.
Os vizinhos ficaram surpresos ao ver o homem com tão boa saúde.
“Quem curou você?” eles perguntaram.
“Ah, foi o homem bom que limpou a nossa estrada!” o homem respondeu.
Então os vizinhos queriam muito conhecer Purna. Eles começaram a pedir orações e massagens.
Hoje, Purna realizou o aparentemente impossível e plantou uma igreja. Onze pessoas foram batizadas e outras 20 estão estudando a Bíblia. “Por favor, ore para que Deus nos ajude a servi-Lo cada vez mais”, disse Purna. “Ainda hoje estou limpando a estrada. Se vejo lixo preso no ralo, eu limpo.”
Enquanto eu estava pregando em um acampamento na Alemanha, a autora Eva Paul me deu uma cópia de seu livro Nem a Morte Nem a Vida. Comecei a lê-lo no voo de volta para casa e não consegui parar. O livro narra as incríveis aventuras de seus avós, Hans e Susanna Roth, que cresceram na Transilvânia rural do século XX. Nascidos entre duas guerras mundiais, eles se apegaram à sua fé apesar de enormes obstáculos.
Em uma época de agitação política, a ascensão do comunismo, conflitos étnicos e perseguição religiosa, a fé deles foi desafiada continuamente. Além das pressões externas do mundo em que nasceram, eles enfrentaram calamidades pessoais, incluindo a perda de um filho.
O título, Nem a Morte Nem a Vida, foi tirado de Romanos 8:38, 39, onde o apóstolo Paulo escreve: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” A firme fé deste casal foi resultado direto de construir suas vidas sobre a Rocha, Jesus Cristo. Eles foram continuamente atingidos pelas tempestades da vida, mas encontraram uma fundação e refúgio Nele.
Jesus contou a história de um homem sábio que construiu sua casa firmemente sobre a rocha, em contraste com um homem tolo que construiu sua casa sobre a areia. Quando uma tempestade atingiu ambas as casas, a que estava sobre a rocha permaneceu firme, enquanto a que estava sobre a areia desabou.
Nesta última lição, vamos examinar mais de perto o que significa construir sobre a rocha versus sobre a areia. Jesus estava revelando que coisas que pensávamos ser sólidas e previsíveis na vida não fornecem a fundação de que precisamos quando os desafios surgem. A segurança terrena pode dar a ilusão de uma base firme, mas precisamos de algo que dure mais. Todos estamos construindo nossas vidas; a pergunta é, o que escolhemos como nossa fundação?
A ilustração dos construtores sábios e tolos aparece no final do Sermão da Montanha e começa com as palavras: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras” (Mateus 7:24). Esta é uma referência clara aos ensinamentos contidos no Sermão da Montanha. A diferença entre os construtores sábios e tolos gira em torno de se eles deram atenção às palavras de Jesus e viveram por elas.
No contexto imediato antes da parábola, Jesus descreveu aqueles que professam segui-Lo, mas na verdade não O conhecem. Eles divulgam sua cristandade, dizendo "Senhor, Senhor" (Mateus 7:21), mas não se submetem à vontade de Deus. Eles ganham muita atenção profetizando, libertando pessoas de demônios e fazendo milagres em nome de Cristo, mas rejeitam a lei de Deus (versículos 23).
Há muitos que abraçam totalmente o rótulo de cristão e estão ocupados com o ministério, mas teimosamente fazem as coisas à sua maneira em vez de seguir as instruções de Deus. Esta é a classe de pessoas representadas como o construtor tolo na parábola subsequente.
Pela aparência externa, essas pessoas parecem estar bem. Elas até afirmam estar tendo experiências poderosas com Deus. Jesus estava falando com pessoas religiosas aqui. O homem que construiu sua casa na areia ouviu as palavras de Cristo. O problema não está no que ele não ouviu, mas no que ele não fez. Jesus estava apontando que existem fundações estáveis e instáveis sobre as quais podemos construir nossas vidas.
Independentemente de nossas boas intenções, é fácil colocar nossa confiança no que é inseguro, como a areia movediça. A fundação de nossas casas representa crenças, convicções e escolhas. A casa pode parecer sólida no início, mas a tempestade revela se a fundação foi construída corretamente. Outras partes da casa podem incluir coisas como um emprego, casamento, saúde ou finanças. Confiamos nessas coisas para nos dar estabilidade na vida. No entanto, todas essas coisas podem mudar.
Podemos perder nosso emprego ou estabilidade financeira. Um casamento pode se desfazer e nossa saúde pode falhar. Se não construirmos nossas vidas em uma fundação sólida, as tempestades da vida revelarão que nossa suposta estabilidade é uma ilusão. A rocha representa Cristo e os princípios de Seu reino. Ele não muda. Quando as tempestades da vida nos atacam, as palavras, promessas, misericórdia, perdão e poder de Deus permanecem.
O relato de Mateus nos diz que o homem que construiu sua casa sobre a rocha ouviu os ensinamentos de Jesus e viveu de acordo com eles. Ele praticou o que ouviu. Note um detalhe que Lucas acrescenta ao registrar a parábola: “É semelhante ao homem que edificou uma casa, cavou e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha” (Lucas 6:48).
Lucas descreveu o homem cavando fundo para lançar uma base firme. A chave aqui é cavar fundo. Somos convidados não apenas a ouvir as palavras de Jesus, mas também a aprofundar-se em Seus ensinamentos, buscando torná-los a base e a estrutura da nossa existência.
O construtor sábio é aquele que vem a Jesus, ouve Suas palavras, explora Seus ensinamentos e depois os coloca em prática. A obediência demonstra confiança absoluta nas palavras de Cristo, ao reconhecê-las como a própria fundação de nossas vidas. Construir sobre a rocha não é simplesmente ser religiosamente nominal ou conhecer Jesus de longe. Ser um verdadeiro cristão significa basear suas crenças, escolhas e visão de mundo na verdade de quem Jesus é e no que Ele realizou. Esta é uma pessoa que se preocupa profundamente com a verdade e a sã doutrina.
Outra observação interessante é que a diferença entre as casas só foi vista após a tempestade. A fundação da casa sobre a rocha não era visível. No entanto, os resultados da decisão de cavar fundo foram reconhecidos por todos uma vez que a tempestade chegou. Desafios, calamidades e provações varrem o superficial e revelam o que é duradouro.
Nosso testemunho cristão não é que escapamos de tempos difíceis, mas que nossa fundação permanece firme sob pressão. Construir sobre a Rocha é do nosso interesse porque assim sabemos como encontrar paz em meio à tempestade. Jesus nos dá coragem e paciência para suportar as inevitáveis tempestades da vida.
Cavar fundo é um trabalho que ocorre dentro de nós. Jesus nos sustenta com Suas preciosas promessas, e estamos confiantes de que Ele cumprirá tudo o que prometeu. Uma das definições mais bonitas de fé está em Romanos 4, que diz que Abraão “não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, e estando plenamente convencido de que Ele era também poderoso para cumprir o que prometera. Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça” (Romanos 4:20–22).
A parábola nos conta que uma tempestade atingiu tanto a casa na areia quanto a casa na rocha. O que isso nos diz sobre a vida cristã?
Por que a boa teologia e boa doutrina sã importantes na vida cristã?
Como você tem navegado pelas tempestades em sua vida? O que você aprendeu com elas?
Como podemos inspirar outras pessoas a escolher a vida na Rocha?
O que essa parábola nos diz sobre a escolha de um parceiro para a vida ou de uma carreia?
Compare suas respostas com os seguintes textos: Salmos 11:3; Salmos 127:1; Provérbios 10:25; Isaias 28:16; 1 Coríntios 3:10-14; Efésios 2:19-22; 2 Timóteo 2:19; Atos 20:32.
Qual é a relação das passagens com o texto-chave (Mateus 7:21-27) da lição desta semana?
Quando a construção desaba, de quem é a responsabilidade?
Parábolas são fáceis de lembrar porque contêm imagens mentais vívidas. Podemos facilmente imaginar a cena de dois construtores erguendo suas casas, uma construída na areia e a outra sobre a rocha. Depois de estudar essa parábola em profundidade, podemos nos lembrar dela ao ver uma formação rochosa. Esse é o gênio das parábolas. Elas estão cheias de ilustrações, muitas vezes da natureza, que nos apontam para Jesus.
Esta parábola não é o único lugar nas Escrituras onde uma rocha representa Cristo. Paulo apresenta Jesus como a Rocha que forneceu água para os filhos de Israel matarem a sede: “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem... todos beberam da mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1 Coríntios 10:1, 4). O simbolismo é bonito. Quando os israelitas estavam no deserto, Moisés foi ordenado a ferir a rocha, e dela saiu água.
Jesus foi ferido por nós e, como resultado, todos podemos beber da água viva que Ele fornece. Mais tarde, quando o povo de Deus precisava desesperadamente de água novamente, Deus disse a Moisés para falar com a rocha. Em vez disso, Moisés feriu a rocha duas vezes, um ato de desobediência que o impediu de entrar em Canaã. O simbolismo pretendido era comunicar que podemos pedir com fé e Cristo nos suprirá, já que Ele já foi ferido. Esses momentos no deserto apontavam para o seu cumprimento em Cristo.
Quando Jesus contou a parábola dos lavradores maus, Ele se descreveu como a pedra que foi rejeitada: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa foi posta como a principal pedra angular... E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó” (Mateus 21:42, 44). Jesus é a Pedra Angular principal sobre a qual devemos construir nossas vidas. Ou caímos sobre a Rocha ao nos humilharmos em arrependimento, ou a Rocha cairá sobre nós. Charles Spurgeon, um conhecido pregador do século XIX, disse: “A onda da tentação pode até mesmo te levar mais alto sobre a Rocha dos séculos, para que você se agarre a ela com mais firmeza do que antes” (“Pecado e Graça,” em Sermões de Spurgeon Volume 54: 1908 [1908]). As provações podem ser bênçãos disfarçadas que nos fazem agarrar mais firmemente a Cristo.
Jesus não nos abandona à mercê da tempestade. Ele nos convida a ancorar nossas casas na Rocha. Cada dia apresenta novas oportunidades para construir firmemente na Rocha ou fingir na areia. Cada decisão que tomamos é como colocar outro tijolo no edifício. Sempre que escolhemos atalhos e encobrimos problemas, estamos nos preparando para o desastre quando a tempestade chegar. Ao ouvir os ensinamentos de Jesus e obedecer Suas instruções, estamos construindo uma fundação sólida que nenhuma tempestade pode derrubar.
“Nós construímos sobre Cristo ao obedecer Sua palavra. Não é aquele que apenas aprecia a justiça que é justo, mas aquele que pratica a justiça. A santidade não é êxtase; é o resultado de render tudo a Deus; é fazer a vontade do nosso Pai celestial. Quando os filhos de Israel estavam acampados nas fronteiras da Terra Prometida, não bastava ter conhecimento de Canaã ou cantar as canções de Canaã. Isso sozinho não os levaria a possuir os vinhedos e olivais da boa terra. Eles poderiam fazer isso verdadeiramente apenas pela ocupação, cumprindo as condições, exercendo fé viva em Deus, apropriando-se de Suas promessas, enquanto obedeciam Suas instruções.
“A religião consiste em fazer as palavras de Cristo; não fazer para ganhar o favor de Deus, mas porque, completamente imerecedores, recebemos o dom de Seu amor. Cristo coloca a salvação do homem, não apenas na profissão, mas na fé que se manifesta em obras de justiça. Fazer, e não apenas falar, é esperado dos seguidores de Cristo. É através da ação que o caráter é construído.” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo [CPB, 2022], p. 102, 103).
“Você deseja se tornar um seguidor de Cristo, mas não sabe por onde começar? Está em trevas e não sabe como encontrar a luz? Siga a luz que você tem. Decida obedecer ao que você conhece da palavra de Deus. O poder Dele, a própria vida Dele, está em Sua palavra. À medida que você recebe a palavra com fé, ela lhe dará poder para obedecer. À medida que você dá atenção à luz que tem, mais luz virá. Você está construindo sobre a palavra de Deus, e seu caráter será [construído] à semelhança do caráter de Cristo.
“Cristo, a verdadeira fundação, é uma pedra viva; ‘Vós também, como pedras vivas, sois edificados uma casa espiritual.’ ‘Cada edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.’ 1 Pedro 2:5, R.V.; Efésios 2:21, R.V. As pedras se tornam uma com a fundação; pois uma vida comum habita em todos. Esse edifício nenhuma tempestade pode derrubar; pois—
‘Aquilo que compartilha a vida de Deus,
Com Ele sobrevive a tudo.’”
“Ninguém além daqueles que fortaleceram a mente com as verdades da Bíblia ficará firme durante o último grande conflito. Para cada alma virá o teste decisivo: Devo obedecer a Deus em vez de aos homens? A hora decisiva já está à mão. Nossos pés estão plantados na rocha da palavra imutável de Deus?” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB 2021], p. 494).
