“Vamos Fazer um Acordo”

Por Laurie Denski-Snyman

Maria ficou feliz quando um dono de casa a convidou para entrar e olhar os livros que ela estava vendendo em um país não cristão no sudeste da Ásia. Maria tirou vários livros de saúde de sua bolsa, mas o homem a interrompeu.

“Eu vejo o que você está fazendo”, ele disse. “Você está trazendo os livros mais leves e neutros primeiro, e depois que eu baixar a guarda, você vai trazer os livros cristãos que realmente quer que eu veja. Eu sei suas intenções, então compartilhe os livros cristãos primeiro.”

Maria enviou uma oração silenciosa. “Senhor, por favor, me ajude”, ela disse. “Eu não sei o que dizer.” Em voz alta, ela disse: “Eu tenho vários livros sobre saúde e religião. Eu quero compartilhar o que as pessoas querem ver. Se elas têm interesse em saúde, eu compartilho esses livros. Se elas têm interesse em religião, eu também fico feliz em compartilhar esses livros.”

O homem coçou o queixo. “Vamos fazer um acordo”, ele disse. “Se eu puder fazer perguntas sobre sua religião e você puder respondê-las, eu comprarei todos os seus livros.”

Maria sentiu ansiedade. Ela respirou fundo e disse: “Eu não sou sábia o suficiente para responder a qualquer coisa que você perguntar. Eu preciso de ajuda. Posso orar primeiro?”

O homem concordou. Maria orou em voz alta. Ela pediu por sabedoria e conhecimento, e terminou a oração em nome de Jesus.

Imediatamente, o homem perguntou: “Nós dizemos que Jesus foi um profeta, mas você diz que Ele é Deus. Por que você diz isso? Como pode um mero homem se tornar Deus?”

Sem hesitar, Maria disse: “Muitas pessoas pensam que Jesus só começou a viver quando Ele estava na Terra como um bebê, mas Ele estava por aí anos antes disso. Jesus era parte da Divindade, e Deus O enviou a esta Terra na forma de um bebê como um ser humano comum. Então Jesus foi chamado para ser um profeta, depois Ele foi chamado para ser um sacrifício, e então Ele foi chamado para ser um sumo sacerdote. Então, agora, Ele está intercedendo por nossos pecados. Jesus não é apenas um profeta. Ele foi chamado para ser mais do que um profeta. Ele é um sumo sacerdote não apenas para mim, mas para todos que O aceitam.”

O homem colocou a cabeça nas mãos. “Isso é uma das coisas mais bonitas que eu já ouvi”, ele disse.

Essa foi sua primeira e única pergunta. Com lágrimas nos olhos, ele comprou todos os livros que Maria tinha. Ao se despedirem, ele disse: “Você realmente me explicou o que eu queria saber. Agora eu estou ansioso para ler todos os seus livros.”

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Provisão divina

Você já viveu momentos em que a provisão de Deus foi claramente evidente? Lembro-me de um episódio marcante quando minha esposa e eu estávamos à procura de uma casa. Visitamos vários imóveis com nossa corretora, mas nenhum deles parecia ser o ideal. Certo dia, encontramos um anúncio na internet que nos deixou empolgados. No entanto, nossa corretora se recusou a nos levar até lá, explicando que se tratava de uma propriedade pertencente a um banco, que estava no mercado há anos sem aceitar nenhuma oferta.

Persistimos em nosso pedido até que, relutante, ela concordou em nos levar. Quando chegamos, percebemos que o tempo havia deixado sua marca na casa. O mato crescido e os sinais de abandono a tornavam praticamente inabitável. Mesmo assim, sentimos que aquele era o lugar certo para nós.

Dissemos à nossa corretora que éramos pessoas de fé e que, se Deus quisesse que aquela casa fosse nossa, nada poderia impedir. Depois de convencê-la, fizemos uma proposta ao banco. Para surpresa de todos, em menos de uma semana, a oferta foi aceita.

No dia da reunião final com a corretora, o representante da empresa de títulos e outros envolvidos, fiz questão de orar, agradecendo a Deus pelo milagre que Ele havia realizado. Como forma de testemunho e gratidão, presenteei cada um deles com livros da igreja.

Quando terminei, um dos executivos comentou admirado: “Nunca participei de uma reunião como esta antes.” Como poderíamos deixar de falar sobre Deus ao vermos Seu agir?

Ao concluirmos este trimestre, somos convidados a nos levantar de nosso altar de adoração e abraçar a missão de levar a mensagem divina àqueles que ainda não O conhecem.

Leia, de Ellen G. White, Profetas e Reis, capítulo 25: “O Chamado de Isaías”.

Ponto de virada

O profeta Isaías foi chamado por Deus para ser um mensageiro para Judá, o reino do sul. Os estudiosos estimam que seu ministério profético tenha durado quase 60 anos. Ele é um dos profetas mais influentes do Antigo Testamento, tanto pela profundidade histórica e profética de seu livro quanto pela beleza de sua escrita. Logo no primeiro versículo de seu livro, Isaías informa que exerceu seu ministério durante os reinados de quatro reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias.

O chamado de Isaías ocorreu pouco depois da morte do rei Uzias (Isaías 6:1), por volta de 740 a.C., um período marcante na história de Judá. Naquela época, os assírios estavam se tornando uma grande potência militar, o que, mais tarde, resultaria na queda do reino do norte, Israel, e no exílio de seu povo em 722 a.C. (2Reis 17:6).

Isaías recebeu sua vocação profética enquanto estava no templo de Jerusalém, possivelmente em adoração. De repente, ele teve uma visão impressionante: Deus estava assentado em um alto e sublime trono, e as abas de Suas vestes enchiam o templo (Isaías 6:1). Serafins cercavam o trono e proclamavam com grande fervor: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da Sua glória” (v. 3).

A visão foi tão grandiosa que o templo tremeu, e a fumaça encheu o ambiente. Diante da santidade de Deus, Isaías sentiu-se indigno e clamou: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros” (v. 5). Mas, em Sua graça, Deus enviou um serafim para tocar os lábios do profeta com uma brasa viva, purificando-o de sua iniquidade e perdoando seus pecados (v. 7). Que Deus maravilhoso servimos! Em resposta a essa graça, Isaías se dispôs totalmente à vontade divina. Quando Deus perguntou quem enviaria para Sua missão, Isaías respondeu sem hesitação: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (v. 8).

Nos versículos 9 e 10, Isaías compreendeu melhor sua missão. Ele anunciaria a mensagem de Deus ao povo, mas a maioria não ouviria. Mesmo diante das ações poderosas do Senhor, continuariam endurecendo seus corações. Isaías foi chamado para proclamar uma advertência, mesmo sabendo que poucos dariam ouvidos.

Porém, sua mensagem não era apenas de juízo. No versículo 13, Deus prometeu que, apesar da destruição iminente, um remanescente seria preservado. Essa era uma promessa grandiosa, pois desse remanescente de Judá viria o Messias, Jesus Cristo.

Como você responde à misericórdia de Deus?

Chamado para ir

Alguns anos atrás, tive a oportunidade de visitar um país onde meu pai havia realizado reuniões evangelísticas. Após uma de minhas pregações, um grupo de pessoas se aproximou de mim no auditório e se apresentou: “Você talvez não se lembre de nós”, disse uma mulher, “mas seu pai nos batizou há mais de 40 anos.” Meu coração se encheu de emoção ao ouvir o carinho e gratidão que eles expressavam por meu pai. Quatro décadas antes, eles haviam participado de um culto de adoração onde sentiram o chamado de Deus, e essa decisão transformou completamente suas vidas.

Isaías 6 nos apresenta um relato poderoso do chamado de Deus a Seu servo, enquanto ele adorava no templo. Nosso altar pessoal de devoção não substitui a importância da adoração coletiva na igreja. Não devemos negligenciar o culto com nossos irmãos e irmãs, especialmente ao percebermos a proximidade da volta de Jesus (Hebreus 10:25). Deus se revelou a Isaías em um local público de adoração.

Diante da visão do Senhor, Isaías imediatamente reconheceu sua própria indignidade e temeu (Isaías 6:5). Ellen White comentou que a “humilhação de Isaías era genuína. Quando o contraste entre a humanidade e o caráter divino ficou muito nítido, ele se sentiu inteiramente ineficiente e indigno” (Obreiros Evangélicos [2024], p. 17).

A reação de Isaías diante da visão revelou um coração sensível e um relacionamento profundo com Deus. Ele compreendia sua pequenez diante da grandeza do Senhor e sabia que, por si só, não era digno de estar diante Dele. No entanto, estava disposto a obedecer ao chamado divino. Um detalhe importante a destacar é que Isaías não foi tocado apenas pelo que viu. Ele contemplou fogo, fumaça e anjos entoando louvores incessantes. O majestoso manto do Senhor preenchia o templo. Tudo isso era impressionante, mas o que verdadeiramente o impactou foi a santidade de Deus.

O momento mais extraordinário dessa experiência foi quando um dos serafins pegou uma brasa viva do altar e tocou os lábios do profeta. Naquele instante, Isaías foi purificado e capacitado para sua missão. Sua iniquidade foi removida, e seus pecados foram perdoados (Isaías 6:7). Deus só perguntou quem estaria disposto a cumprir a missão depois de ter purificado Isaías.

Como o encontro de Isaías com Deus o fez se sentir sobre si mesmo?

Momento de Reflexão

Se Deus sabe de tudo, por que Ele perguntou a Isaías: “A quem enviarei?” (Isaías 6:8).

Como a adoração verdadeira nos dá um senso de propósito e missão?

Descreva um momento de sua vida em que você teve que apresentar uma mensagem que as pessoas não desejavam ouvir. Como foi a experiência?

Você já experimentou a santidade de Deus e sentiu a necessidade de reverência?

Como a experiência de Isaías na sala do trono de Deus muda o que você entende sobre adoração pessoal?

Quais diretrizes e objetivos para a adoração coletiva você encontra em Isaías 6?

Compare suas respostas com os textos listados a seguir. Como estes versículos preparam você para responder ao chamado de Deus?

Respondendo ao chamado de Deus:

1Samuel 3:4; Mateus 4:18-22; Atos 20:24

Deus purifica aqueles que são chamados:

Isaías 53:5; Jeremias 1:9; Isaías 43:25; 1João 1:7

A bênção de Sua presença

Isaías 6 traz lições profundas que podemos aplicar à nossa vida, proporcionando uma visão impressionante sobre Deus. A primeira lição a observar é a maneira como os anjos adoravam ao Senhor em Sua presença. Esse momento nos oferece um vislumbre do que significa a verdadeira adoração. Se esse não fosse o tipo de adoração que Deus deseja, Isaías não teria testemunhado essa cena.

A adoração dos anjos era completamente centrada em Deus. Eles não estavam focados em si mesmos, mas voltavam toda a atenção para o Senhor, exaltando Seu caráter. Muitas vezes, ao adorarmos o Criador, somos tentados a concentrar-nos apenas em nossas necessidades e desejos. Embora não seja errado apresentar a Deus nossas preocupações – afinal, Ele nos convida a lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade (1Pedro 5:7) –, o foco do nosso tempo com Deus deve estar em Sua bondade, Seu caráter e Suas obras poderosas em nossa vida.

Outro ponto importante é que a adoração dos anjos era marcada pela simplicidade. Não havia palavras rebuscadas ou complicadas (talvez porque nenhuma palavra possa descrever plenamente a majestade de Deus). Também não havia um espetáculo elaborado – era a glória do próprio Deus que ocupava o centro de tudo.

Por fim, devemos ter a expectativa de que Deus realize grandes coisas em nosso altar de adoração. Ao longo deste trimestre, aprendemos que os altares são lugares de sacrifício, consagração, compromisso e serviço. Quando nos encontramos diariamente com Deus em nosso tempo devocional, seja onde for, Ele opera maravilhas em nós e por meio de nós.

Na presença de Deus, Isaías foi purificado e perdoado (Isaías 6:7). Ali, ele encontrou o propósito para sua vida e ministério. Foi na presença do Senhor que recebeu a mensagem que deveria proclamar. Quanto perdemos quando negligenciamos o encontro diário com Deus em nosso altar!

Qual é o foco da adoração verdadeira?

O que Isaías nos ensina sobre nossa necessidade de voltar ao altar?

Designação divina

Isaías recebeu uma mensagem diretamente do Deus do Céu para transmitir ao povo de Israel, que havia se afastado da verdade. Ele compreendia bem a natureza do povo com quem lidava—sua teimosia e dureza de coração—e sabia quão difícil seria impactá-los com a mensagem. Enquanto estava no pórtico do templo, o Senhor Se revelou a ele. O véu do templo foi afastado, a porta foi aberta, e Isaías teve uma visão do santo dos santos, dentro do véu. Ele contemplou o Deus de Israel em um trono elevado e majestoso, enquanto a glória divina preenchia todo o templo.

Diante da santidade de Deus, Isaías foi tomado por um profundo senso de sua própria pecaminosidade e exclamou: “Sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios” (Isaías 6:5). Então, um ser celestial tomou uma brasa viva do altar e tocou os lábios do profeta, declarando sua purificação. Somente então Isaías se sentiu pronto para aceitar o chamado divino. Ao ouvir a voz do Senhor perguntando quem deveria ser enviado, ele respondeu sem hesitar: “Envia-me a mim” (v. 8), pois tinha certeza de que o Espírito de Deus acompanharia a mensagem.

Muitas vezes, aqueles que se dedicam à obra de Deus na conversão de almas sentem que é impossível alcançar corações endurecidos. Assim também se sentiu Isaías. No entanto, ao contemplar que Deus estava acima dos querubins e que os seres celestiais estavam prontos para cumprir Sua vontade, ele se sentiu fortalecido para cumprir sua missão (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 1255, 1256). Essa também é a grande obra que temos diante de nós no mundo hoje.

O Salvador do mundo escolheu Seus discípulos entre humildes pescadores, e foi por meio deles que a base da igreja cristã foi estabelecida. Esses homens simples, ao se unirem a Cristo, tornaram-se Seus alunos, absorvendo cada lição que Ele lhes ensinava. Jesus os preparava constantemente para as provas e a grande missão que teriam após Sua morte e ressurreição. Embora por um tempo suas esperanças parecessem frustradas, elas se reacenderam após a ressurreição do Mestre.

Agora, esses homens sem formação acadêmica se viam diante de príncipes, reis e pessoas instruídas, defendendo sua fé com tal convicção que seus opositores não podiam refutá-los. Ficavam admirados com a ousadia e sabedoria com que falavam, e reconheciam: “Esses homens estiveram com Jesus e aprenderam Dele; pois falam como Ele.”

Eles permaneceram firmes em defesa da verdade. Apresentaram-se diante do concílio e declararam com coragem: “Este é o Príncipe da vida, a quem mãos ímpias tomaram e crucificaram, e que ressuscitou dos mortos, como nos disse que faria antes de Sua crucificação” (Ellen G. White, Review and Herald, 3 de maio de 1887, citado em Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 1255, 1256).