O Epílogo: conhecendo Jesus e Sua Palavra

VERSO PARA MEMORIZAR:
"Vocês examinam as Escrituras, porque julgam ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim"(João 5:39).

Leituras da semana:
João 21; João 11:9, 10; João 8:42–44; João 4:46–54; 2 Timóteo 3:16; João 15:1-11.
O Evangelho de João, assim como o de Marcos, termina com um encontro na Galileia. Esta última semana de estudos sobre João trata desse encontro, mas Conectando-o ao tema de como podemos conhecer a Jesus e a Palavra de Deus - um conceito que percorre todo o quarto evangelho.

Embora os discípulos tivessem convivido com Jesus por mais de três anos, ainda estavam despreparados para a crucifixão e a ressurreição, ainda que Cristo lhes tivesse dito várias vezes o que aconteceria. Infelizmente, eles não acreditaram em Sua palavra. Hoje, podemos correr o mesmo risco de escutar ou até mesmo ler a Palavra de Deus, mas não a ouvirmos de fato, não permanecermos nela e não obedecermos a ela. Ou seja, não a aceitarmos como a luz que deve guiar nossos pensamentos e nossas ações. Infelizmente, é nesse ponto que muitos cristãos, às vezes involuntariamente, erram.

Vamos examinar alguns dos ensinamentos centrais de João, que podem nos ajudar a ir além do mero conhecimento teórico de Jesus para, em vez disso, conhece-Lo melhor e nos aproximarmos cada vez mais Dele e de Sua Palavra.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 28 de Dezembro.

A chave para uma vila do Alasca

Por Andrew Mcchesney

O piloto da missão Jim Kincaid achou difícil voar de uma vila remota para outra no estado americano do Alasca. Decolar e pousar no mato foi a parte fácil. Encontrar corações nativos do Alasca que fossem receptivos à mensagem do evangelho foi mais desafiador.

Parecia um problema quando Jim pousou seu pequeno avião em um assentamento a cerca de 150 milhas ao norte de Fairbanks. Ele estava transportando evangelistas de literatura de vila em vila para vender Bíblias e outras literaturas cristãs. Enquanto ele estacionava veículos, todos terrenos enxameavam ao redor do avião. Os ocupantes eram muito hostis.

“Quem é você?”, disse um deles.

“O que você está fazendo aí?”, disse outro.

Naquele momento, Jim se lembrou de um nome. Um homem da vila tinha participado de uma ou duas reuniões evangelísticas que Jim havia liderado em Fairbanks algum tempo antes. Jim se virou para os porteiros da vila.

“Robert Frank está na cidade?” ele perguntou.

Imediatamente, suas expressões mudaram. Olhares raivosos deram lugar à curiosidade e depois hospitalidade.

“Ah, você conhece Robert Frank?” disse um.

“Nós levaremos você para vê-lo!”, disse outro. Jim foi levado para visitar Robert. Era como se ele tivesse a chave da vila. Robert estava comendo uma refeição quando Jim chegou, e infelizmente não reconheceu o piloto imediatamente. Jim teve que lembrá-lo sobre como e por que eles se conheciam.

Mas então Robert se lembrou, e ele foi muito cordial. Ele ofereceu a Jim um pedaço de carne de urso fresca. E foi assim que Jim e os evangelistas da literatura ganharam entrada em uma nova vila que, de outra forma, estaria fora de alcance. Tudo o que foi preciso foi saber o nome de alguém.

Jesus também conhece os nomes das pessoas. Jesus disse que Ele, o Bom Pastor, “chama suas ovelhas pelo nome e as conduz para fora” (João 10:3).

Se Jesus conhece nomes, também seria bom que Seus seguidores os seguissem? O exemplo dele?

“Conhecer alguém na vila, mesmo que seja só saber o nome de uma pessoa na vila, pode lhe dar um relatório com uma vila inteira”, disse Jim. “É como em qualquer cultura. Se você se lembra do nome de alguém, isso ajuda muito.”

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Encontro na Galileia

Leia João 21:1-19. Que verdades cruciais são reveladas nesse texto, especialmente sobre a graça de Deus e a humildade humana?

João 20 termina com o propósito do livro, que seria o lugar lógico para concluir, mas há mais um capítulo. O capítulo 21 começa com alguns dos discípulos de volta à Galileia, com Pedro sugerindo uma noite no lago. Parece que os velhos tempos retornaram, e os discípulos estão de volta ao seu antigo ofício, a pesca. Mas eles não pegam nada naquela noite.

De manhã, um estranho misterioso na praia diz a eles para lançarem suas redes no lado direito do barco. Eles então pegam tantos peixes que não conseguem puxar a rede. Foi como o início de seu ministério com Jesus (veja Lucas 5:1–11). João imediatamente reconhece Jesus e conta a Pedro, que imediatamente pula na água e nada até a praia.

Jesus faz três perguntas a Pedro, todas relacionadas ao amor por seu Mestre. Antes da crucificação, Pedro insistiu que daria sua vida por Jesus (João 13:37). Foi quando Jesus previu sua tripla negação (João 13:38). Neste encontro na Galileia, Pedro não se torna o ponto de referência, mas sim Jesus: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (João 21:17).

Alguns notam que Jesus usa o verbo agapaõ, que significa amar, ao questionar Pedro (exceto pela última vez), e que Pedro sempre responde com phileõ, que significa amar, mas apenas como um amigo. A implicação é que Pedro não alcançou o tipo mais elevado de amor.

Na verdade, a resposta de Pedro é focada na humildade. Com o fracasso de Pedro sempre diante dele, é mais provável que ele humildemente use um “termo inferior”, ousando não reivindicar muito para si mesmo. E é essa humildade que Jesus afirma, e que se torna crucial na restauração de Pedro ao ministério. Não há dúvida de que a humildade é uma das maiores qualificações para o ministério porque o foco então se torna Jesus Cristo e não eu.

A restauração de Pedro e seu papel como líder na igreja primitiva é uma das evidências mais fortes de que Jesus ressuscitou dos mortos. Seria difícil explicar a proeminência de Pedro se Jesus não o tivesse restaurado ao ministério na presença dos outros discípulos.

Porque a humildade é tão importante para quem busca conhecer o Senhor? Em vista da cruz, qual é a única coisa da qual qualquer um de nos deve se orgulhar?

Mantendo os olhos em Jesus

João 21:20-22. Que pergunta de Pedro surgiu de um entendimento equivocado, e como Jesus o corrigiu?

Jesus tinha acabado de restaurar Pedro ao ministério e lhe disse: “Siga-me” (João 21:19). Provavelmente foi um verdadeiro seguimento físico de Jesus pela praia. E isso porque Pedro se vira e vê João seguindo Jesus também, e ele pergunta sobre João. “Mas Senhor, e este homem?'” (João 21:21).

Ao restaurar Pedro ao ministério, Jesus havia previsto a maneira de Pedro morrer (João 21:18). Parece que Pedro também estava curioso sobre a morte de João. Jesus redireciona a atenção de Pedro para a questão de segui-lo, não se preocupando com o que aconteceria com outro discípulo.

Leia João 21:23-25. Como a declaração de Jesus foi mal interpretada? E como o apóstolo João corrigiu esse mal-entendido?

As pessoas entenderam mal o que Jesus quis dizer quando falou: “Se é minha vontade que ele permaneça até que eu venha, o que isso tem a ver com você? Siga-me!” (João 21:22). Eles achavam que isso significava que Jesus voltaria antes que João morresse. Conforme o tempo passava e João envelhecia, seria uma crise se ele morresse (o que, é claro, aconteceu) e Jesus não tivesse retornado. João corrige esse equívoco indicando que era uma questão da vontade de Jesus, não uma profecia do que aconteceria.

A ideia de focar em Jesus, em vez de em outras pessoas, é uma poderosa introdução ao resto da lição da semana. Jesus, e somente Jesus, é nosso Salvador. As pessoas inevitavelmente irão decepcioná-lo, talvez até mesmo machucá-lo.

As verdades abordadas de terça a quinta-feira abordarão o tema da compreensão da Palavra de Deus, com o objetivo de conhecer e seguir Jesus, que sozinho deve ser nosso Mestre e Guia, independentemente da ajuda, conselho e orientação que outros possam nos dar.

Você já ficou triste com alguém que admirava? O que aprendeu com essa experiência?

Luz e trevas

Leia João 1:4-10; João 3:19-21; João 5:35; João 8:12; João 9:5; João 11:9, 10; João 12:35. Que grande contraste é apresentado nesses textos, e por que ele é fundamental para compreendermos a verdade?

O mundo está em trevas; ele evita a luz e não consegue, por si só, encontrar o caminho para o Deus verdadeiro, o Deus pessoal da Criação, da revelação e da Redenção.

“A humanidade nunca pode, por si mesma, atingir o conhecimento do divino. 'É tão alto quanto o céu; que podes fazer? Mais profundo que o inferno; que podes saber?' Jó 11:8. Somente o espírito de adoção pode nos revelar as coisas profundas de Deus, que 'olho não viu, nem ouvido ouviu, nem jamais penetrou o coração do homem.' 'Deus as revelou a nós pelo Seu Espírito.' ”—Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 328.

Somente Jesus Cristo “o revelou”, o Pai (João 1:18). O verbo grego é exegeomai, que significa “interpretar”, “explicar” ou “expor”. João apresenta Jesus como o Mensageiro celestial, Aquele que explica o que significa conhecer a Deus. Somente por meio de Jesus podemos verdadeiramente conhecer a Deus.

Leia João 8:42-44. Como Jesus descreveu o falso fundamento em que os líderes religiosos de Israel baseavam a fé?

Aqueles que não estão na verdade falam por si mesmos. Eles “veem” o significado de um texto somente de uma perspectiva humana. Em contraste, devemos aceitar que Cristo é a luz do mundo e segui-Lo em nossa interpretação de Sua Palavra. Em contraste, o diabo fala de “seus próprios recursos” (João 8:44). Se não formos cuidadosos e não estivermos rendidos em fé e obediência a Deus, corremos o risco de fazer a mesma coisa: ler o texto com base apenas em nossos próprios desejos, vontades e perspectivas, o que é muito mais fácil de fazer do que podemos perceber.

Como você geralmente reage às verdades que desafiam suas ideias ou estilo de vida? De que maneira Você deveria responder a essas verdades?

Teologia ‘’de cima’’ ou ‘’de baixo’’

Leia João 4:46-54. Que problema levou o oficial a Jesus, e qual era a verdadeira questão envolvida?

Este homem veio a Jesus, a Luz do mundo, mas ele tinha decidido acreditar somente se Jesus curasse seu filho. Poderíamos dizer que a teologia deste homem era uma “teologia de baixo”. A teologia de baixo estabelece regras e padrões para Deus e Sua Palavra. As ideias humanas, por mais falhas, limitadas e subjetivas que sejam, tornam-se a autoridade final sobre como as pessoas interpretam a Palavra de Deus. Que armadilha perigosa para cair!

A teologia “do alto”, em contraste, responde pela fé, com a crença em Deus e em Sua Palavra primeiro (João 4:48; João 6:14, 15; 2 Timóteo 3:16). Quando a Bíblia é aceita pela fé, ela se torna sua própria intérprete. A cosmovisão das Escrituras, em vez da filosofia da época, é o guia para entender e interpretar as Escrituras. As visões humanas devem ser submetidas e subservientes à Palavra de Deus, e não o contrário.

Devemos crer nas palavras das Escrituras se quisermos crer nas palavras de Jesus (João 5:46, 47). “Se permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos” (João 8:31). Se duvidarmos da Palavra de Deus, Sua Palavra não poderá permanecer em nós (João 5:38). “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem o que o julga, a palavra que eu falei o julgará no último dia. Pois eu não falei de mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que devo dizer e o que devo falar” (João 12:48, 49).

Ouvir a Palavra de Deus é mais do que uma ingestão passiva de informações. Significa também fazer a vontade de Deus. E esta é a resposta ativa ao ouvir a Palavra. “Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por minha própria autoridade” (João 7:17).

E esse ouvir e fazer a Palavra de Deus é uma expressão de amor por Ele. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (João 14:23).

Qual é a relação entre o amor a Jesus e a obediência? Porque qualquer suposta "obediência’’ que não esteja fundamentada no amor corre o risco de cair no legalismo?

Permanecendo em Jesus

Leia João 12:32. Como é descrito o impressionante poder de Cristo para atrair?

Como vimos ao longo das lições deste trimestre, o Evangelho de João nos atrai a Jesus, mas somente se estivermos dispostos a conhecer a Deus e a fazer Sua vontade. Ao longo do Evangelho de João, as pessoas que encontram Jesus ou aceitam a luz e crescem ou rejeitam a luz e se tornam cegas. Nicodemos, a mulher no poço, o oficial real, o homem no tanque de Betesda, os 5.000 alimentados com pães e peixes, os irmãos de Jesus, os líderes religiosos, o homem cego de nascença, Maria e Marta, Pilatos — todos encontraram Jesus e fizeram escolhas sobre a verdade e a luz que Ele trouxe.

A teologia de baixo começa com a argumentação humana para determinar e examinar a existência e a natureza de Deus.

A perspectiva humana falho, caído e preconceituoso tem precedência sobre o Divino, santo, perfeito e onisciente. A teologia vinda de baixo certamente levará as pessoas ao erro, como fez no passado e fará no futuro (Apocalipse 14:1–12), quando a sabedoria humana, buscando substituir o Divino, tentará forçar a adoração falsa sobre o mundo.

Leia João 15:1-11. Qual é o segredo do crescimento e da saúde espiritual?

O segredo é permanecer conectado a Jesus. Ele é a Palavra de Deus, o Pão da Vida, a Luz do mundo, a Porta das ovelhas, o Bom Pastor, a Ressurreição e a Vida, o Caminho, a Verdade e a Vida, e a Videira Verdadeira.

Os Membros da Divindade e Sua Palavra, a Bíblia, são como ímãs. Se não resistirmos, eles nos atrairão para eles. “A voz de Deus está falando conosco por meio de sua palavra, e há muitas vozes que ouviremos; mas Cristo disse que devemos ter cuidado com aqueles que dirão: Aqui está Cristo ou ali está Cristo. Então, como saberemos que eles não têm a verdade, a menos que tragamos tudo para as Escrituras?” — (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 49). E então, devemos entregar nossas próprias visões e nos submeter ao que é apresentada na Palavra de Deus.

Estudo Adicional:

A perspectiva de Deus é muito diferente da dos humanos. Deus compartilha Sua perspectiva connosco por meio de Sua Palavra, a Bíblia, sob o poder do Espírito Santo. É nossa escolha se desejamos andar na escuridão ou aceitar a luz que vem de Jesus Cristo, conforme revelada na Palavra.

Integral a essa escolha é nossa própria rendição pessoal a Jesus Cristo, o Filho de Deus e o Redentor da humanidade. Por meio do poder do Espírito Santo, Deus Pai nos revelou na vida, morte e ressurreição de Jesus a profundidade de Seu amor. E sabemos sobre Jesus porque Sua vida, morte e ressurreição foram registradas na Palavra de Deus.

“Os anjos de Deus estão sempre passando da Terra para o céu, e do céu para a Terra. Os milagres de Cristo para os aflitos e sofredores foram realizados pelo poder de Deus por meio do ministério dos anjos.

E é por meio de Cristo, pelo ministério de Seus mensageiros celestiais, que toda bênção vem de Deus para nós. Ao tomar sobre Si a humanidade, nosso Salvador une Seus interesses com os dos filhos e filhas caídos de Adão, enquanto por meio de Sua divindade Ele se apodera do trono de Deus. E assim Cristo é o meio de comunicação dos homens com Deus, e de Deus com os homens.” — (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 105).

Questões para discussão:

 Para você, qual história do Evangelho de João retrata mais o amor e o caráter de Deus? Por que essa história é marcante para você?

 Em termos práticos, como devemos buscar a verdade?

 Porque é tão difícil se desapegar do próprio eu como o árbitro da verdade? Será que a visão humana sempre vai nos influenciar na interpretação das Escrituras? A humildade nos ajuda a submeter nossas ideias preconcebidas à Palavra de Deus?

 Conhecemos exemplos terríveis do que ocorre quando a Palavra é subjugada pela política e pelas ideias preconcebidas. Que lição aprendemos sobre o perigo de deixar as perspectivas humanas se tornarem o "filtro" na interpretação da Bíblia?

 Resuma o Evangelho de João. Quais são as mensagens centrais desse livro?