Os últimos dias

VERSO PARA MEMORIZAR:
"Então verão o Filho do Homem vindo nas nuvens, com grande poder e glória. E então Ele enviará os anjos e reunirá os Seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu’’ (Marcos 13:26, 27).

Leituras da semana:
Marcos 12:41-44; 13:1-32: Daniel 9”24-27; 7:25; 1Tessalonicenses 4:13-18.
A lição desta semana começa com uma breve história de Marcos 12, onde Jesus fez uma declaração significativa sobre a ação de uma viúva. A parte principal da lição, no entanto, trata de Marcos 13, uma profecia sobre o destino do templo de Jerusalém e a segunda vinda de Cristo.

Esse capítulo, juntamente com Mateus 24 e Lucas 21, fala sobre a queda de Jerusalém e eventos que ocorreriam até o fim do mundo.

Marcos 13 esclarece que o cumprimento das profecias vai do tempo do profeta que a fez (neste caso, Jesus) até o fim dos tempos, concluindo com a segunda vinda de Cristo. Esse padrão segue o que é conhecido como "interpretação historicista" das profecias a respeito do fim. Isso se opõe às tentativas de situar o cumprimento dessas profecias exclusivamente no passado ou no futuro.

Como em muitos ensinos de Jesus registrados em Marcos, a instrução do Senhor é uma resposta a uma pergunta ou mal-entendido por parte dos Seus discípulos, que deu a Jesus a oportunidade de ensinar verdades essenciais para a vida e a experiência cristã. Jesus não apenas previu o futuro, mas também instruiu Seus discípulos, tanto naquela época quanto hoje, a se prepararem para as provações que virão.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado,07 de Setembro.

“Os adventistas são boas pessoas”

Por Andrew McChesney

Anush trabalhou como gerente de projetos para a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) antes que meu pai proibisse que ela e minha mãe adorassem na Igreja Adventista do Sétimo Dia em sua cidade na Armênia. Depois de suspender a proibição, Anush voltou a trabalhar na ADRA.

Através do seu trabalho, o Pai conheceu vários líderes Adventistas visitantes, incluindo o diretor da ADRA para a Divisão Euro-Asiática, que supervisiona uma grande parte da antiga União Soviética, incluindo a Arménia.

Quando Anush trouxe os convidados para casa, meu pai ficou impressionado ao ver que eles eram sinceros e bem educados.

“Os Adventistas são boas pessoas”, disse ele a Anush.

Ao conhecer as sete mulheres que frequentavam a casa Adventista igreja em sua cidade, ele concluiu que eles também eram boas pessoas.

Então Anush foi aceito em um programa de mestrado na Andrews Universidade nos Estados Unidos, e a Divisão Euro-Asiática e ADRA concordou em cobrir seus custos. Papai também ficou impressionado com isso. Ele só queria o melhor para ela.

Quando Anush se formou, foi nomeada diretora da ADRA para Armênia. Meu pai observou enquanto ela supervisionava vários projetos, e seu respeito cresceu tanto pela Igreja Adventista quanto pelo estilo de vida Adventista.

Ele retirou tabaco e depois álcool da pequena mercearia que possuía.

Então ele foi batizado e filiou-se à Igreja Adventista. Já se passaram 21 anos desde que minha mãe foi batizada e nove anos desde que Anush começou a orar para que meu pai encontrasse o caminho para Deus.

Depois do batismo, meu pai conheceu o amigo cuja pergunta sobre a leitura da Bíblia o chocou e o motivou a começar a frequentar a igreja.

“Você sabia que suas palavras mudam minha vida?” ele perguntou. "Eu parei sendo um leitor passivo da Bíblia e foi batizado.”

"O que você está falando?" o amigo perguntou.

“Você perguntou: ‘Se Jesus viesse amanhã, você diria:“ Eu li a Bíblia? Isso seria suficiente?’”, disse o pai.

O amigo negou que a conversa tivesse ocorrido.

“Eu nunca disse isso”, disse ele. “Eu nunca julgaria você assim. Você deve ter cometido um erro.”

Naquele momento, o Padre percebeu que Deus havia falado com ele através do seu amigo, que nem percebeu o que ele havia dito.

Duas moedinhas na caixa de ofertas

Leia Marcos 12:41-44. Quanto foi a oferta da viúva, e o que Jesus disse sobre isso?

O templo de Jerusalém era uma bela construção. O monte do templo dominava a vista da cidade, e as enormes pedras usadas em sua construção ainda são uma maravilha hoje, algumas delas pesando centenas de toneladas. A reforma e ampliação do monte do templo começaram no reinado de Herodes, o Grande, por volta de 20 a.C., mas a construção e o embelezamento da estrutura continuaram até a década de 60 d.C.

Muitos levavam grandes ofertas para depositar em um dos 13 baús localizados no Pátio das Mulheres, próximo ao templo. Era lá que Jesus estava sentado quando viu uma viúva se aproximar e colocar duas moedinhas de cobre (dois leptos). Isso era o equivalente a 1/32 de um denário, o salário habitual de um trabalhador diário. Portanto, a oferta da mulher foi muito pequena.

Jesus, no entanto, ficou impressionado com a oferta dela. Pessoas ricas depositavam grandes quantias, mas Ele não comentou a respeito dessas doações. Contudo, a oferta da viúva chamou a atenção de Jesus, que disse que ela havia doado mais do que todos os outros. Como isso era possível? Jesus observou que eles davam de sua abundância, mas ela de sua pobreza. Eles ainda tinham muito; ela deu todo o seu sustento, o que tornou extravagante a sua dádiva, embora seu valor monetário fosse insignificante.

Essa história contém uma lição profunda sobre a administração de recursos. Doar à causa de Deus não depende das ações dos líderes para ser válida. A liderança religiosa do templo era corrupta, mas, apesar disso, Jesus não ensinou que as ofertas deveriam ser retidas. Se já houve líderes religiosos corruptos, os daquela época estavam entre os piores (pense em Caifás e Anás). E Jesus também sabia disso.

É verdade que os líderes têm a responsabilidade sagrada de usar os recursos de acordo com a vontade de Deus, mas, mesmo que não o façam, aqueles que doam à Sua causa ainda são abençoados com essas doações, como foi aquela mulher.

Por outro lado, se deveríamos ou não ofertar quando os líderes cometem erros evidentes, estamos questionando se devemos doar, dando esses recursos como um ato de fé e agradecimento a Deus. Por mais desafiador que seja fazer isso, está errado.

Qual é a importância de ser fiel nas contribuições para a obra do Senhor?

Não ficará pedra sobre pedra

Leia Marcos 13:1-13. Como os discípulos reagiram à declaração de Jesus sobre o templo, e qual é a relevância da resposta que Jesus lhes deu?

Como vimos, o templo era uma estrutura impressionante. Flávio Josefo, que viveu na época dos apóstolos, observou que o Pórtico Real, localizado no lado sul do complexo, tinha 162 pilares, cada um dos quais precisava de três homens adultos para envolvê-lo (Antiguidades, 15.11.5). Mas Jesus disse que tudo aquilo seria destruído. Tal profecia a respeito daquela estrutura soava surreal como o fim do mundo.

“Quando a atenção de Cristo foi levada à magnificência do templo, que pensamentos não assaltaram então Seu espírito! Será então que Israel rejeitou? A visão que tinha perante Si era realmente bela, mas Ele disse com tristeza: ‘Eu vejo tudo isso. O Sol de justiça está se afastando de vocês. Portanto para essas paredes como sendo aparentemente indestrutíveis, vou dizer com as Minhas palavras: virá o dia em que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada’” (Mateus 24:2; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 503).

Os discípulos queriam saber quando se cumpriria a predição de Jesus. Pedro, Tiago, João e André perguntaram sobre o que Jesus havia dito. Eles queriam saber como essas coisas aconteceriam e qual seria o sinal quando estivessem para acontecer (Marcos 13:4).

Em Marcos 13:5 a 13, é surpreendente que Jesus não passou a maior parte do tempo predizendo a queda de Jerusalém, mas alertando os discípulos sobre o que poderiam esperar no ministério deles de estabelecer a igreja cristã. Não será fácil.

Os seguidores de Cristo seriam perseguidos e julgados, e alguns seriam mortos. Mas Jesus os avisou para não temerem, porque aquilo que não seria a verdade seria claramente exposto. Jesus indicou que, quando isso acontecesse, o Espírito Santo daria aos discípulos as palavras para falar na hora certa, mesmo quando a família e os amigos os abandonassem.

A conclusão dessas advertências ilustra da profecia de Jesus e que o povo de Deus não apenas viverá turbulências e provações. Eles devem se vigiar porque o Espírito de Deus os guiará em meio às dificuldades.

Você foi provado por seguir a Jesus? Se não foi provado, será que O segue realmente?

O abominável da desolação

Que indícios Jesus deu do que é o ‘’abominável da desolação’’?

Em Marcos 13:14, Jesus chegou ao ponto central sobre a queda de Jerusalém: Ele Se referiu ao “abominável da desolação”. O Senhor disse que o leitor deveria entender. Com essas palavras, Ele estava apontando aos discípulos o livro de Daniel. Essa expressão ocorre em Daniel 9:27; 11:31 e 12:11, com paralelo em Daniel 8:13.

Leia Daniel 9:26, 27. Quem é o ‘’Ungido’’ e quem é ‘’o príncipe que há de vir’’?

A palavra “Ungido”, em Daniel 9:26, é traduzida do hebraico mashíah, de onde vem o termo Messias. Em um estudo atento de Daniel 9:24-27, fica claro que esse Ungido é Jesus Cristo em Sua primeira vinda.

Mas quem é “o príncipe que há de vir”, que traria desolação a Jerusalém? A cidade foi destruída pelo general romano Tito no ano 70 d.C. Assim, parece lógico que seja o “príncipe que há de vir”, mencionado em Daniel 9:26 e 27. As duas pessoas estão ligadas porque a forma como o Messias foi tratado levou à sua aniquilação.

E o que esse “abominável da desolação” de que Jesus falou, referindo-Se a Daniel? Infelizmente, muitos apontam que esse termo se refere à profanação do templo feita pelo rei Antíoco Epifânio no 2º século a.C. Mas isso não harmoniza com a descrição de Jesus. Jesus descreveu o “abominável da desolação” como algo que ocorreria depois de Sua morte; por isso, não poderia se tratar de algo que acontecera dois séculos antes de Seu ministério terreno.

Em vez disso, o abominável da desolação provavelmente se referia à colocação dos estandartes romanos em Israel durante o cerco de Jerusalém no fim da década de 60 d.C. Esse foi o sinal para a fuga dos cristãos da cidade, o que eles fizeram.

Assim como Cristo predisse, Jerusalém foi destruída, Com essas e inúmeras outras predições bíblicas, como podemos aprender a confiar em Jesus e nas Escrituras?

A grande tribulação

Leia Marcos 13:19. A que esse verso se refere?

Marcos 13:14, com sua predição sobre o abominável da desolação, é uma espécie de ponto de apoio em torno do qual gira o capítulo (ver o estudo de terça-feira). Marcos 13:19 também marca um ponto de transição, pois fala de uma grande tribulação que não teria igual desde a criação do mundo. Seria uma perseguição maior e mais extensa do que a que ocorreu na queda de Jerusalém. O tempo verbal de Marcos 13:19 também muda para o futuro, apontando para eventos ainda mais distantes da época de Jesus.

Assim como Marcos 13:14 nos leva à profecia de Daniel 9, a grande perseguição descrita em Marcos 13:19-23 remete às profecias de Daniel 7 e 8, que predizem que o poder do chifre pequeno perseguiria o povo de Deus por “um tempo, tempos e metade de um tempo” (Daniel 7:25). Esse período profético de 1.260 dias simbólicos equivale a 1.260 anos literais (Números 14:34; Ezequiel 4:6). Ele se estenderá de 538 d.C. até 1798 d.C., ano em que Napoleão enviou seu general para levar o papa cativo. Durante esse período de 1.260 anos, o poder do chifre pequeno perseguiu e matou aqueles que não concordavam com o seu sistema de governo eclesiástico.

Leia Marcos 13:20-23. Que esperança Deus oferece no tempo de perseguição e que advertência Ele dá enquanto esse período chega ao fim?

Marcos 13:20 diz que a perseguição ao povo de Deus seria seu tempo de tribulação. A perseguição diminuiu após a Reforma Protestante. À medida que o poder do chifre pequeno diminuía, mais pessoas aderiram às reformas religiosas. Mas o poder do chifre pequeno aumentaria novamente, como vemos em Apocalipse 13.

Jesus advertiu sobre a ameaça dos falsos cristos e falsos profetas, que surgiriam antes que Ele voltasse. Jesus advertiu Seus seguidores para não se enganarem com eles.

Quando Jesus advertiu sobre falsos cristos, a igreja mal havia começado, mas Sua previsão surpreendente tem se cumprido. Isso aumenta sua confiança na Bíblia?

A vinda do Filho do Homem

Leia Marcos 13:24-32. Que grande evento é descrito nessa passagem?

O evento será a volta de Jesus, antecedida por vários sinais. As profecias do Novo Testamento apontam para esse evento. Paulo o descreveu (1 Tessalonicenses 4:13-18) ao dizer que os que dormiram em Cristo serão ressuscitados e arrebatados com os vivos para encontrar Jesus nos ares. Ele falou sobre a ressurreição (1 Coríntios 15), que ocorrerá na volta de Cristo.

Pedro também descreveu esse grande dia em 2 Pedro 3:3-13, explicando que o Senhor não demora em cumprir Sua promessa, mas deseja que todos se arrependam. O Apocalipse contém descrições vívidas do retorno de Cristo (Apocalipse 1:7; 6:12-17; 14:14-20; 19:11-21). O ensino consistente do Novo Testamento é que a volta de Cristo será um evento pessoal, literal, visível e audível. Todos O verão quando Ele vier.

No entanto, o que Jesus quer dizer com “esta geração” (Marcos 13:30) e “aquele dia” (Marcos 13:32)? Essas palavras trazem preocupação a muitas pessoas, porque obviamente a geração a quem Jesus se dirigiu já morreu há muito tempo.

Várias respostas foram propostas: (1) a palavra “geração” poderia se referir a um grupo étnico, nesse caso os judeus. Isso significaria que os judeus não desapareceriam antes da volta de Cristo; (2) a geração das pessoas que vissem todos os sinais se cumprindo não morreria antes da volta de Cristo.

Uma proposta mais simples é: (3) Jesus ligou a palavra “isto” a “esta geração” (Marcos 13:30) e a palavra “aquele” a “aquele dia” (Marcos 13:32). Em Marcos 13, as palavras “isto”, “essas coisas” e semelhantes (em grego, houtos, hauté, touto) ocorrem principalmente nos versos 1 a 13 (Marcos 13:4, 8), que descrevem os eventos que levaram à destruição de Jerusalém. Por outro lado, a palavra “aquele” (em grego, ekeinos) caracteriza a última parte do capítulo (Marcos 13:19, 24), que descreve a volta de Jesus.

Assim, “esta geração” provavelmente se referia à geração do primeiro século que testemunhou a destruição de Jerusalém, como descreve Marcos 13:30. “Aquele dia” e “a hora” se referem à segunda vinda de Cristo, que viriam após um grande período de tempo. Consequentemente, Marcos 13:32 usa uma expressão do passado para se referir a eventos que estavam mais além do primeiro século.

Estudo Adicional

"Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, páginas 503-511 (“Sinais da segunda vinda de Cristo”).

Estão acontecendo coisas perturbadoras. As pessoas estão assustadas. Com uma espécie de “rastreamento interno” dos acontecimentos, como usar esses fatos para apontar as pessoas a esperança que temos em Jesus e a promessa de Sua vinda?

“Como não sabemos o tempo exato de Sua vinda, somos advertidos a vigiar. [...] (Lucas 12:37). Os que vigiam, à espera da vinda do Senhor, não aguardam de forma ociosa. A expectativa pela vinda de Cristo deve levar as pessoas a temer ao Senhor, bem como Seus juízos contra a transgressão. Deve despertá-las para o grande pecado de rejeitar Sua oferta de misericórdia. Os que aguardam o Senhor purificam o coração pela obediência à verdade. Com a vigilante espera, combinam ativo serviço. [...] Seu zelo é renovado para colaborar com as forças divinas para a salvação de pessoas.

Esses são os sábios e fiéis servos que dão ‘o sustento a seu tempo’ (verso 42) à casa do Senhor. Estão declarando a verdade especialmente relevante para este tempo. Como Enoque, Noé, Abraão e Moisés declararam a verdade para seu tempo, assim os servos de Cristo hoje darão a advertência especial para esta geração” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 509).

Questões para discussão:

 Estamos doando para a obra de Deus do que nos sobra ou estamos ofertando com sacrifício, à semelhança da viúva pobre? Por que isso é importante?

 Por que Deus tem permitido que Seu povo seja perseguido? O tema do grande conflito nos ajuda a entender, de alguma forma, por que isso é necessário?

 Que sinais da volta de Cristo se destacam no mundo atual?

 Depois que as pessoas morrerem, qual será a próxima coisa que verão? Essa ideia não nos mostra que, para cada pessoa, a volta de Cristo está sempre muita próxima?