O caminho, a verdade e a vida

VERSO PARA MEMORIZAR:
"Ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está junto do Pai, é quem O revelou'" (João 1:18).

Leituras da semana:
João 13:1–20; João 14:1–3; Daniel 7:27; João 14:5–11; João 1:14; Cl 1:16, 17; João 5:38–40.
O Evangelho de João está dividido em quatro seções principais: o prólogo (João1:1-18),o "Livro dos Sinais" (João 1:19-51, João 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12), o "Livro da Glória" (João 13|, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20) e o epílogo (João 21:1-25).

Até agora, nosso estudo se concentrou especialmente no prólogo e no Livro dos Sinais, que apresentam quem é Jesus por meio dos Seus milagres (sinais), diálogos e ensinos.

Daqui em diante, vamos examinar especialmente a terceira seção de João, o Livro da, Glória.

É interessante observar que as famosas sete declarações de Jesus que começam com as palavras "Eu Sou" formam uma ponte entre o Livro dos Sinais e o Livro da Glória. Cristo afirma ser o "pão da vida"(João 6:35, 41, 48, 51),a "luz do mundo" (João 8:12; João 9:5), a "porta" (João 10:7,9), o "bom Pastor" (João 10:11,14),"a ressurreição e a vida" (João 11:25), "o caminho, a verdade e a vida' (João 14:6) e a "videira verdadeira"' (João 15:1, 5).

Na lição desta semana, Começaremos estudando o propósito do discurso de despedida e de sua introdução, que descreve o significativo episódio no qual Jesus lavou os pés dos discípulos. Em seguida, avançaremos para a declaração "Eu Sou’’ do capítulo 14 ("Eu sou o caminho, a verdade e avida").

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 07 de Dezembro.

"Eu sou o caminho, a verdade e avida").

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 07 de Dezembro.

Presente para uma mulher bem vestida

Por Andrew Mcchesney

Uma mulher bem vestida dirigiu seu carro até o estacionamento da Upper Magdalena Conference da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Bogotá, Colômbia. “Vocês são cristãos?”, ela perguntou ao manobrista.

“Sim”, respondeu Ruben Campos, de 52 anos.

“Qual é a sua religião?” ela perguntou.

“Somos Adventistas do Sétimo Dia”, ele disse. “Podemos ajudar você?”

“Alguém me disse que os Adventistas não gostam de ajudar os outros”, disse ela.

Ruben ficou surpreso. “Deixe-nos ajudá-lo”, ele disse.

“Estamos prontos para servir.” A mulher perguntou se podia estacionar o carro na garagem da igreja. O apartamento dela ficava perto, mas não tinha estacionamento, e ela não se sentia segura deixando o carro na rua à noite.

“Sim, você pode estacionar aqui”, disse Ruben.

“Quanto custaria?” ela perguntou.

“Não vai custar nada a você”, disse Ruben.

“Será nosso presente para você.” “Obrigada!” a mulher exclamou.

“Posso te dar um abraço?” Naquela noite, a mulher deixou o carro na garagem. Ela voltou na noite seguinte. Na terceira noite, ela pediu uma Bíblia a Ruben. Então os dois começaram a estudar a Bíblia. Ruben trouxe uma cadeira para ela, e ele se sentou em sua cabine enquanto eles estudavam.

Depois de um mês, a mulher disse que queria apresentar Ruben ao marido. Ela ligou do celular. “É com ele que estou estudando a Bíblia, e quero ser batizada”, ela disse. O marido da mulher era um oficial militar colombiano sênior, e ele estava em uma missão temporária no exterior. Ele disse a Ruben que também queria estudos bíblicos. “Podemos começar quando eu retornar à Colômbia”, ele disse.

Ruben pode ter sido o manobrista mais feliz da Colômbia quando a mulher foi batizada em uma igreja Adventista do Sétimo Dia em Bogotá. Ele agora está esperando o marido dela retornar ao país para estudos bíblicos.

Jesus se engajou em alcance missionário servindo aos outros. Ele disse: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20:28). Ruben está procurando seguir Seu exemplo.

“Podemos ter um impacto em muitas vidas se apenas servirmos”, disse Ruben, que trabalhou como manobrista de estacionamento por oito anos.

“Alguém pode vir até você em breve. Você tem que estar pronto para servir, não importa quem ou onde essa pessoa esteja.”

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Eu lhes dei o exemplo

O discurso de despedida (João 13–17) fornece instruções para os discípulos de Jesus sobre o futuro. Seu padrão literário é semelhante à despedida de Moisés em Deuteronômio ou à bênção de Jacó sobre seus filhos (Gênesis 47–49) ou à instrução de Davi sobre Salomão (1 Crônicas 28, 29). Jesus consola Seus discípulos sobre Sua partida. Ele promete um substituto para representá-Lo (o Espírito Santo; João 14–16). Ele prevê que a tristeza virá (João 15, 16) e exorta os discípulos a permanecerem fiéis (João 15).

Leia João 13:1-20. O que aconteceu naquele momento e por que essa história é tão importante? Que lições Jesus procurou ensinar?

Naquela parte do mundo, nos dias de Jesus, as pessoas usavam sandálias ou andavam descalças. Os pés ficavam empoeirados e sujos. Era costume um servo ou escravo lavar os pés daqueles que vinham para uma refeição. Mas nenhum servo estava presente para essa função na noite em que Jesus comeu Sua última refeição com Seus discípulos antes de Sua prisão.

Para a surpresa de todos, o próprio Jesus se levantou da ceia e lavou os pés de todos. João 13:4, 5 conta as ações de Jesus passo a passo. É contado com tantos detalhes para enfatizar o Mestre fazendo esse ato inacreditável de humildade.

Ao contar sobre a resposta de Pedro, João 13:8–11 aprofunda o sentimento de consternação e incompreensão dos discípulos com as ações de Jesus. Como Jesus, o Mestre, o Messias, poderia estar fazendo uma tarefa tão humilde? Pedro se recusou a permitir que Jesus lavasse seus pés, apenas para ouvir de Jesus que se ele não cooperasse, não teria parte com Jesus. Então Pedro pediu mais, expressando seu desejo de estar conectado com Jesus por todo o caminho.

O significado da ação de Jesus está ligado a quem Ele é. Ele declara em João 13:13 que Ele é o Mestre e o Senhor. É assim que O chamavam, e Ele indica que é assim. Esses títulos expressam autoridade e poder.

No entanto, Jesus ensina que poder e autoridade devem ser usados para serviço, não para autoengrandecimento. A Igreja Adventista abraçou esse senso do exemplo de Jesus, tomando o que é corretamente chamado de Ordenança da Humildade como um serviço preparatório para a Ceia do Senhor.

O que o lava-pés ensina sobre seguir Jesus e servir ao próximo com humildade?

Certamente voltarei

Leia João 14:1-3. Em que contexto Jesus disse essas palavras?

No final de João 13, Jesus diz que está indo embora (João 13:33). Isso provoca em Pedro uma pergunta sobre para onde Ele está indo (João 13:36). Os discípulos não entendem que Jesus está falando sobre Sua morte, ressurreição e ascensão. Pedro diz que está pronto para dar sua vida por Ele (João 13:37). É quando Jesus prediz a negação de Pedro (João 13:38).

É neste contexto que Jesus diz a Seus discípulos para não deixarem seus corações ficarem perturbados (João 14:1). O verbo perturbado é traduzido em grego como tarassõ, que significa agitar, perturbar, desestabilizar, lançar em confusão. Não é de surpreender que os discípulos tenham ficado confusos com as palavras de Jesus.

Mas, contrariando seus medos, Ele fala sobre a casa de Seu Pai, onde há muitos cômodos (não mansões, mas cômodos como em uma hospedaria). Ele está indo lá para preparar um lugar para eles. Suas palavras olham além da tempestade vindoura da cruz para o tempo em que Ele retornará para redimir Seu povo. Ele está olhando para o tempo em que toda essa tragédia com o pecado terminará de uma vez por todas (veja Daniel 7:27).

Jesus diz: “Se eu for… virei outra vez e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14:3). É claramente uma promessa de Sua segunda vinda.

Qual é a base para a confiança nessa promessa? Muitos diriam que o cumprimento da profecia bíblica, e isso é certamente verdade. Mas em João 14:3, a base é declarada de forma diferente. Neste versículo, eu virei está na verdade no tempo presente em grego (eu estou vindo). Este é um uso do tempo presente em grego chamado de presente futurístico. É um evento futuro falado com tanta certeza que é descrito como se já estivesse acontecendo. Portanto, é justo traduzir a frase como: ‘’Certamente voltarei’’ (grifos nossos).

A base da nossa esperança no retorno do nosso Senhor não é simplesmente o cumprimento da profecia bíblica. É também, e mais certamente, baseada na nossa confiança no Homem que fez a promessa. Ele disse que certamente retornará para o Seu povo. Podemos depositar nossa confiança nessa promessa por causa de Quem a fez.

O que a cruz ensina sobre a certeza da volta de Cristo? Sem a segunda vinda, qual seria a relevância da morte de Jesus para nossa vida?

Eu Sou o caminho, a verdade e a vida

Leia João 14:5, 6. Que pergunta Tomé fez? Como Jesus respondeu?

A pergunta de Tomé parece lógica o suficiente. Se você não sabe para onde alguém está indo, como pode saber o caminho para seguir essa pessoa? Jesus subverte a questão ao indicar que Ele mesmo é o caminho. O caminho para quê? O caminho para o Pai. No Prólogo (João 1:1–18), destaca a conexão íntima entre o Verbo em grego (logos), que é Jesus Cristo.

João 1:18 diz que o unigênito (melhor traduzido aqui como único) Deus é Aquele que revelou o Pai. Fazer conhecido neste texto é o verbo grego exegeomai, que significa explicar, interpretar, expor. Daí obtemos a palavra exegese . Significa trazer revelar o significado.

Assim, Jesus Cristo é o elo com o Pai, Aquele que explica ou interpreta o Pai para um mundo caído. Consequentemente, Ele é o caminho ou trilha para o Pai. Sem Ele, somos limitados em nosso entendimento.

Leia João14:7-11. Como Jesus esclareceu o mal-entendido de Filipe?

Filipe pediu para ver o Pai, algo que nenhum humano pecador pode fazer e viver (compare com Êxodo 33:17-34, João 1:18). Jesus reprova a falta de entendimento e ressalta que se você O viu, você viu o Pai (João 14:9). Consequentemente, fica claro que Jesus é o caminho para Deus. Sem Ele, o caminho se torna escuro e incerto. Ele é a luz que ilumina o caminho para Deus.

Jesus une três termos: caminho, verdade e vida. O termo caminho é usado somente em João 1:23 a respeito de João Batista preparando o caminho para Jesus, e é usado aqui em João 14:6. Mas verdade e vida são temas principais no Evangelho. Nosso estudo na quarta e quinta-feira enfatizará o conceito de verdade, um tópico crucial, especialmente em um mundo onde a própria ideia de “verdade” é questionada.

Por que é tão importante perceber que Jesus é a mais completa revelação que temos sobre como é Deus, O Pai?

Eu Sou a verdade

Como João liga o conceito de verdade diretamente a Jesus? João 1:14,17; João 8:32; João 14:6; João 15:26.

Repetidamente no Evangelho de João, a verdade é conectada a Jesus, ao Seu Pai e ao Espírito Santo. A verdade é conectada a Jesus, a Palavra (logos) e à luz — em contraste com as trevas (João 1:1–14, João 3:19–21). E, também, a falsidade é conectada ao diabo e ao pecado (João 8:44–46). Consequentemente, a verdade em João não é simplesmente uma questão de fatos e números. Ela envolve tais coisas, mas mais do que isso, a ideia de verdade contém um aspecto moral de fidelidade a Deus e à Sua vontade.

“Há muitos que clamam pelo Deus vivo, ansiando pela presença divina. Teorias filosóficas ou ensaios literários, por mais brilhantes que sejam, não podem satisfazer o coração. As afirmações e invenções dos homens não têm valor. Que a palavra de Deus fale ao povo. Que aqueles que ouviram apenas tradições, teorias e máximas humanas ouçam a voz Daquele cuja palavra pode renovar a alma para a vida eterna.” — Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 40.

Pense no que significa para Jesus ser a Verdade. Jesus é o logos, a Palavra que estava com Deus desde o princípio e que foi o Criador de todas as coisas criadas (João 1:1–4). Um com o Pai de eternidade a eternidade, Jesus tem as características do Pai e, portanto, também é o “EU SOU”. Seu ser não está sujeito a ninguém ou a nada mais. Nada que existe, incluindo o conhecimento, existe à parte Dele. E tudo o que existe, que foi criado, foi criado somente por Jesus e existe somente Nele também. “Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Todas as coisas foram criadas por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e nele todas as coisas subsistem” (Colossenses 1:16, 17).

Jesus não é simplesmente a personificação da verdade; Ele é a Verdade. A verdade não é um conceito ou uma construção. É uma Pessoa! A Verdade, Jesus Cristo, pode ser comparada ao sol que ilumina o mundo (João 8:12). É paralelo ao que CS Lewis declarou sobre o cristianismo: “Eu acredito no cristianismo como acredito que o Sol nasceu, não apenas porque o vejo, mas porque por ele vejo todo o resto.” — (O Peso da Glória [Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017] p. 38).

É por meio de Jesus, a Verdade, que somos capazes de interpretar corretamente o mundo ao nosso redor.

As Escrituras e a Verdade

Ao longo do Evangelho, a Escritura desempenha um papel importante em nos contar sobre Aquele que é o caminho, a verdade e a vida. Em todos os Evangelhos, assim como em toda a Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, as Escrituras desempenham um papel fundamental em revelar a verdade. Isso é especialmente verdadeiro quando se trata de nos ensinar sobre quem Jesus é e o que Ele veio fazer.

Leia João 5:38-40. O que Jesus disse sobre as Escrituras?

Jesus e Seus discípulos apontaram para as Escrituras repetidamente para validá-Lo como o Messias. Cristo disse: “Se vocês cressem em Moisés, creriam em Mim; pois ele escreveu sobre Mim. Mas se vocês não creem nos seus escritos, como crerão nas Minhas palavras?'” (João 5:46, 47).

Leia Lucas 24:27. Após a ressurreição, ao revelar o significado do Seu ministério, Jesus primeiro apontou às Escrituras. Por que isso é tão importante?

Em outro lugar, ao citar o livro do Êxodo, Cristo disse: “Não lestes o que Deus vos disse? ” (Mateus 22:31). Zacarias se referiu às promessas de Deus que “Ele [Deus] falou pela boca dos seus santos profetas, que têm existido desde o princípio do mundo” (Lucas 1:70). Em seu sermão no dia de Pentecostes, Pedro disse: “‘Esta Escritura tinha que se cumprir, que o Espírito Santo falou anteriormente pela boca de Davi’” (Atos 1:16).

A Bíblia não é um livro-texto sobre ciência. Ela não explica como dividir o átomo ou realizar uma cirurgia cerebral. Mas ela faz algo ainda mais significativo. Ela fornece o contexto dentro do qual nosso universo tem significado.

É a chave que abre a porta, a luz que torna possível ver. Sem ela, estaríamos no escuro sobre a existência de Deus, Seu papel no universo, nossa própria origem, o significado da vida e o futuro.

Quais verdades bíblicas a ciência, mesmo em tese, nunca será capaz de nos ensinar?

Estudo Adicional:

Leia Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 112-118 (“A Luz da Vida”), E. Edward Zinke e Roland Hegstad, A Certeza da Segunda Vinda, p. 23-36 (“A Autoridade da Bíblia e a Certeza da Segunda Vinda”).

Quando Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo”, Ele “estava no pátio do templo especialmente conectado com os serviços da Festa dos Tabernáculos. No centro deste pátio erguiam-se dois altos estandartes, sustentando candelabros de grande tamanho.

Após o sacrifício da tarde, todas as lâmpadas eram acesas, derramando sua luz sobre Jerusalém. Esta cerimônia era em comemoração ao pilar de luz que guiava Israel no deserto, e também era considerada como apontando para a vinda do Messias. À noite, quando as lâmpadas eram acesas, o pátio era um cenário de grande alegria. . . .

“Na iluminação de Jerusalém, o povo expressou sua esperança da vinda do Messias para derramar Sua luz sobre Israel. Mas para Jesus a cena tinha um significado mais amplo. Assim como as lâmpadas radiantes do templo iluminavam tudo ao redor deles, assim Cristo, a fonte da luz espiritual, ilumina a escuridão do mundo. No entanto, o símbolo era imperfeito. Aquela grande luz que Sua própria mão havia colocado nos céus era uma representação mais verdadeira da glória de Sua missão.

“Era de manhã; o sol tinha acabado de nascer sobre o Monte das Oliveiras, e seus raios caíam com brilho deslumbrante sobre os palácios de mármore e iluminavam o ouro das paredes do templo, quando Jesus, apontando para ele, disse: 'Eu sou a luz do mundo.' ”—Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pp. 371.

Questões para discussão:

 Que verdades bíblicas não podemos, mesmo em princípio, aprender por meio da ciência? Por exemplo, a cruz, a ressurreição de Cristo ou a Sua segunda vinda. Que outras verdades só conhecemos porque Deus nos revelou?

 Lúcifer conhecia a Deus, mas se rebelou contra Ele. O que isso nos diz sobre o livre-arbítrio? Por que, a cada momento, precisamos entregar nossa vontade a Deus?