Desconcertado Xamã, Parte 1
Por Andrew Mcchesney
O pai era a pessoa mais proeminente em sua pequena cidade no Nepal. Todos buscavam sua ajuda. Os moradores acreditavam que seus sacrifícios de animais podiam curar qualquer doença. O pai vinha de uma longa linhagem de xamãs, e ele se tornou o xamã após a morte de seu pai, que também era um xamã.
O pai acreditava que seus rituais possuíam grande poder no mundo espiritual, então ficou perplexo quando não pôde ajudar a pessoa que mais amava — sua esposa. Ele não conseguia curá-la ou mesmo diagnosticar sua doença. Ele sacrificou uma galinha, mas sua dor persistiu. Ele deu dinheiro a outro xamã, mas ela emagreceu. Ele a levou a um médico, mas ela ficou mais fraca.
A perplexidade do pai aumentou quando sua filha adulta, Divya, voltou para casa para ajudar sua mãe. Ele chegou em casa um dia e não encontrou a mãe nem a Divya. Procurando pela casa, ele finalmente os encontrou em um quarto no andar de cima, ajoelhados no chão e falando com alguém que ele não conseguia ver.
O pai ficou surpreso. Ele suspeitava que algo estava terrivelmente errado. Mas saiu silenciosamente do quarto para não perturbá-las. Ele se perguntou se sua filha havia se tornado secretamente uma xamã como ele.
Quando viu Divya mais tarde, ele perguntou o que ela e a mãe estavam fazendo.
"Estávamos orando ao meu Deus para curar a mãe", disse Divya.
"Qual Deus?", perguntou o pai. Ele adorava muitos deuses.
"Ao meu Deus, Jesus", ela disse. "Eu deixei nossa religião familiar. Encontrei um novo Deus em Jesus." Ela explicou que seu Deus criou os céus e a terra. "Se eu orar, Ele ouvirá e curará a mãe", disse ela.
O pai não acreditou. Ele não via como esse Deus poderia ser mais poderoso do que qualquer um dos deuses da família.
Quando Divya precisou voltar para sua casa em outra cidade, ela pediu para levar a mãe com ela. "Ela está doente, e você não tem tempo para cuidar dela porque está trabalhando", disse ela. "Eu a levarei comigo."
O pai, que trabalhava tanto como xamã quanto como trabalhador da construção civil, concordou. Ele não conseguia ajudar a mãe, e duvidava que ela durasse muito tempo.
"Ela é sua mãe", ele disse. "Se ela morrer, me avise."
Seis meses se passaram antes que o pai visse a mãe novamente. Ele viajou para a casa de Divya e ficou surpreso ao encontrar a mãe saudável. Ele estava cheio de perguntas.
"Por que a mãe está bem?", ele perguntou. "Que remédio você deu a ela?"
Divya respondeu que apenas havia orado a Deus. "Deus ouviu minha súplica", disse ela. "Agora, a mãe está bem e feliz e vai à igreja comigo."
O pai não acreditou. Ele riu. Nunca tinha ouvido falar de um Deus que curava sem um sacrifício de animal ou outro ritual.